Por Gabriela Mello
SÃO PAULO (Reuters) - A siderúrgica Gerdau (SA:GGBR4) vê tendência positiva para o mercado de aço no Brasil em 2019, com avanço gradual dos lançamentos imobiliários, retomada dos investimentos em óleo e gás e crescimento na indústria automotiva, disseram nesta quarta-feira executivos da companhia.
"Olhando para frente, a tendência do mercado brasileiro é positiva, acreditamos em evolução do PIB superior a 2018...", afirmou a jornalistas o diretor-presidente da Gerdau, Gustavo Werneck, após a divulgação do balanço do terceiro trimestre.
Nesta manhã, a siderúrgica divulgou um salto de 445,5 por cento no lucro líquido do terceiro trimestre sobre igual período de 2017, para 791 milhões de reais, em um resultado favorecido por preços mais altos no mercado internacional.
Por volta das 12:26 (horário de Brasília), as ações preferenciais da Gerdau cediam 0,77 por cento, cotadas a 16,86 reais, revertendo os ganhos observados mais cedo, quando chegou a avançar 2,41 por cento no melhor momento do dia.
Questionado sobre as expectativas para o novo governo, Werneck disse que a Gerdau está "bastante otimista" e que os primeiros sinais são positivos. "Esperamos que o novo presidente eleito busque melhorar a competitividade do Brasil no mercado internacional e conduza as reformas necessárias", afirmou.
Segundo ele, as reformas da previdência e tributária são fundamentais para que se inicie no Brasil um ciclo de investimentos mais intenso, com entrada de novas capacidades. "Estamos preparados para uma possível retomada do investimento em 2019", disse.
O executivo também citou cenário favorável para o restante da América do Sul no próximo ano. "A economia da Argentina é nosso principal ponto de atenção na região, mas nos demais países, especialmente no Peru, as perspectivas também são boas", contou.
No caso do mercado norte-americano, que foi o destaque positivo do balanço da Gerdau no terceiro trimestre em razão principalmente do impacto positivo da reforma tributária conduzida pelo governo de Donald Trump, Werneck disse que a expansão da economia e a baixa taxa de desemprego tendem a impulsionar os níveis de demanda.
O diretor-presidente da Gerdau acrescentou que o grupo ainda discute internamente os próximos passos a serem tomados após a conclusão do programa de desinvestimentos, com a venda da operação na Índia.
Especificamente no Brasil, não há paradas para manutenção programadas para o quarto trimestre, de acordo com Werneck.