Por Sergio Goncalves
LISBOA (Reuters) - O plano do fundo Elliot, um investidor ativista que sugeriu que a EDP Energias de Portugal (LS:EDP) venda suas operações no Brasil, não é uma ideia muito feliz, uma vez que significaria para a companhia deixar um mercado em rápida ascensão, disse o ministro de Meio Ambiente e Transição Energética de Portugal, João Matos Fernandes, nesta sexta-feira.
A estatal chinesa CTG, que já é a maior acionista da EDP, com 23 por cento, lançou uma oferta pública de aquisição da elétrica portuguesa por 9 bilhões de euros em maio de 2018, mas a proposta foi recusada pelo Conselho por ser considerada muito baixa.
Mas o Elliot, que disse representar acionistas com 2,9 por cento na EDP, afirmou na quinta-feira que sua sugestão seria uma alternativa "superior" à oferta da CTG, uma vez que a venda da EDP Brasil (SA:ENBR3) e de ativos termelétricos e de distribuição em Portugal e Espanha poderia render 7,6 bilhões de euros à empresa.
"Sem fazer comentários sobre o que os acionistas (da EDP) fazem, a ideia (do Elliot) de vender a operação no Brasil não nos parece uma ideia muito feliz", disse Fernandes à Reuters, nos primeiros comentários do governo português sobre a proposta do fundo.
O Brasil, uma ex-colônia de Portugal, é um "mercado com uma grande capacidade para crescer", acrescentou o ministro.
"A EDP é livre para tomar as decisões que quiser, mas vender as operações no Brasil não parece ser importante pelo que a EDP representa para a economia nacional", apontou ele.
Fernandes disse ainda que "o governo português já disse que vê com muito bons olhos os princípios da oferta de aquisição da CTG pela EDP".
A proposta da CTG, se aprovada, ainda precisaria de autorizações regulatórias em diversos países, incluindo Brasil, Estados Unidos, Portugal e União Europeia.