SÃO PAULO (Reuters) - A operadora de saúde Hapvida (SA:HAPV3) espera que o regulador do setor conceda reajustes de entre 15% e 16% no valor dos planos a partir abril, depois de obrigar redução de cerca de 8% no ano passado, como impacto da pandemia.
"A regra da ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) é o reajuste de planos individuais e isso é uma boa base para os planos corporativos", disse o co-presidente da Hapvida, Irlau Machado Filho, em conferência de resultados com analistas do setor nesta quinta-feira.
"Deve sair alguma coisa em torno de 15% a 16% de reajuste e para os planos corporativos também perto desta magnitude", acrescentou o executivo, após a empresa divulgar o balanço do quarto trimestre na véspera.
Com isso, a Hapvida, que concluiu a aquisição da rival Intermédica em fevereiro, espera uma recomposição nos preços dos planos a partir de abril, ajudando os resultados da companhia.
Além disso, o desempenho tende a ganhar impulso a partir deste mês com "níveis normalizados" de atendimento após um salto de consultas e exames no final do ano passado por conta da variante Ômicron da Covid-19 e surtos de casos de gripe, afirmou o co-presidente Jorge Pinheiro Koren de Lima.
As ações da Hapvida recuavam 4,9% às 14h35, entre as principais baixas da sessão. O Ibovespa exibia alta de 1,26% no mesmo horário.
A Hapvida viu queda de margens de lucro no quarto trimestre do ano passado, algo explicado em parte pelas despesas adicionais com Covid-19 e por gastos não recorrentes de integração de grupos adquiridos anteriormente como o São Francisco, afirmaram executivos durante a conferência.
Com a conclusão do negócio com a Intermédica, a Hapvida consolidou posição de atendimento de caráter nacional, com 84 hospitais e 262 centros de diagnóstico. A empresa ainda promove obras de construção de mais nove hospitais.
A abrangência geográfica permite agora ao grupo começar a vender planos nacionais, algo que tende a elevar a margem da empresa ao longo do tempo enquanto se beneficia de sinergias de custos ao promover uma verticalização cruzada com os ativos da Intermédica, disseram executivos, sem fazer projeções.
"Já estamos ofertando o produto nacional...selecionamos inicialmente mais de 700 mil vidas, estamos conversando com estes clientes, com alguns em fase final de assinatura", disse Machado, que não deu detalhes.
(Por Alberto Alerigi Jr., edição André Romani)