Investing.com – As ações da Hapvida (BVMF:HAPV3) disparavam na manhã desta terça-feira, 28, após a companhia anunciar possível follow-on. Às 10h48 (de Brasília), os papéis estavam em alta de 13%, a R$2,53.
Em fato relevante, a companhia informou que engajou o Bank of America (NYSE:BAC), o UBS Brasil, o BTG Pactual (BVMF:BPAC11) o Banco Itaú BBA para analisar a viabilidade e estruturar uma potencial oferta pública subsequente de ações ordinárias. Com o objetivo de otimizar e fortalecer a sua estrutura de capital, o follow-on seria realizado no limite de seu capital autorizado, 395.207.520 ações.
A Família Pinheiro, acionista controladora, se comprometeu a exercer seu direito de prioridade, subscrevendo ações a serem emitidas pela companhia no valor de R$360 milhões.
Além disso, a empresa do setor de saúde comunicou que foi celebrado o instrumento vinculante para operação de sale & leaseback (SLB), de 10 imóveis de propriedade de controladas, no montante de R$1,25 bilhão. A conclusão da operação deve ocorrer até 28 de abril deste ano.
“O SLB e o potencial Follow-on, com a expressiva participação da Família Pinheiro, demonstram o comprometimento da companhia e a convicção dos controladores e atuais administradores da Hapvida na resiliência do seu modelo de negócios. Essa postura da administração evidencia, também, sua visão conservadora em relação à liquidez e endividamento da companhia”, informou a Hapvida no documento.
Analistas veem medidas como positivas
Na visão do banco Goldman Sachs (NYSE:GS), a operação mitigaria um dos principais riscos da companhia, implicando em uma posição de caixa mais saudável.
“Ressaltamos que os termos propostos da oferta não implicam em diluição do free float (inalterado em 57%) se subscrito em seu limite total, assumindo preço de fechamento de R$ 2,22/ação”, ponderam os analistas Gustavo Miele e Emerson Vieira.
De acordo com os analistas, a dívida líquida/EBITDA implícita estimada pelo banco para os anos de 2023 e 2024 seria reduzida de 2,1x/1,3x para 1,4x/0,7x, abaixo do limite dos covenants de 3,0x.
O GS segue com classificação neutra para os papéis, com preço-alvo de R$4.
O banco Santander (BVMF:SANB11) também enxerga ambos os eventos como benéficos para a companhia, melhorando o sentimento sobre a tese de investimentos da empresa, com redução da cautela sobre a solvência.
Os analistas Caio Moscardini e Guilherme Gripp seguem na expectativa de volatilidade em relação às perdas médicas no curto prazo, mas estimam que altas de preço se mantenham e melhorem gradualmente pelo ano. Além disso, “os termos de venda e locação aparentemente seguiram um bom padrão de governança corporativa”, completaram.
O Santander possui recomendação outperform para as ações, com preço-alvo de R$7.