Por Paula Arend Laier
SÃO PAULO (Reuters) - O contrato futuro do Ibovespa com vencimento mais curto subia nos primeiros negócios desta segunda-feira, conforme persiste a volatilidade nos mercados globais em razão do coronavírus, em meio a incertezas sobre os efeitos nas economias de medidas de restrição de circulação de pessoas.
Por volta de 09:15, o contrato do Ibovespa com vencimento em 15 de abril subia 0,6%, a 73.780 pontos.
"O crescimento exponencial de casos globais de coronavírus desencadeou respostas políticas massivas em todo o mundo. Porém, no curto prazo, a maior incerteza decorre do impacto dos bloqueios na atividade econômica", ressaltou o diretor de pesquisa macro global da Oxford Economics, Ben May.
No exterior, o futuro do S&P 500 tinha acréscimo de 0,35%, após recuar mais cedo, mas, na Europa, o FTSE 100 (FTSE), em Londres, recuava 1%. O começo da semana também é marcado pela queda nos preços do petróleo e do minério de ferro na China.
No Brasil, pesquisa Focus do Banco Central mostrou que economistas agora esperam contração da economia brasileira em 2020.
A equipe da XP Investimento também voltou a revisar projeção para o Ibovespa (BVSP) no final de 2020 citando "tempos de guerra", conforme relatório a clientes enviado no domingo.
"Revisamos o nosso 'target' para o Ibovespa ao final de 2020 para 94.000 pontos, de 132.000 pontos anteriormente, dado o forte impacto nos lucros das empresas esperado nos próximos trimestres. Acreditamos que a volatilidade seguirá elevada no mercado nos próximos meses."
Na sexta-feira, o Ibovespa à vista fechou em queda de 5,5%, a 73.428,78 pontos, mas acumulou alta de 9,48% na semana, que quebrou uma série de cinco semanas negativas, com perdas totais de mais de cerca de 40% no período.