Por Paula Arend Laier
SÃO PAULO (Reuters) - A bolsa paulista ensaiava melhora nesta quarta-feira, após abertura mais fraca, em sessão de expectativa para a retomada dos trabalhos em comissão que analisa a reforma da Previdência na Câmara dos Deputados, embora parlamentares ainda não tenham chegado a acordo sobre o cronograma de votação.
Às 11:19, o Ibovespa subia 0,41 %, a 101.015,95 pontos. O volume financeiro somava 3,42 bilhões de reais.
Na visão da equipe do BTG Pactual, os ativos financeiros internos devem continuar muito sensíveis a notícias da tramitação da reforma da Previdência na Câmara, principalmente no que diz respeito às chances de votação do texto na comissão especial e na possibilidade de votação plenário na próxima semana.
A leitura na terça-feira da complementação de voto do relator, deputado Samuel Moreira (PSDB-SP), abriu o caminho para que a proposta da reforma da Previdência possa ter a sua votação iniciada, mas até o final desta manhã não havia definição sobre o calendário, com arestas ainda a serem aparadas.
Para a equipe da Brasil Plural, a conclusão da votação da reforma até o final desta semana na comissão passa a ser um desafio, o que poderá comprometer o plano do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), de encerrar a tramitação da reforma no plenário da casa antes do recesso parlamentar.
No exterior, a sessão será mais curta em Wall Street em razão do feriado na quinta-feira, com os mercados ainda apoiados na perspectiva de cortes de juros pelo Federal Reserve.
DESTAQUES
- VIA VAREJO valorizava-se cerca de 5%, dando sequência à valorização recente, com expectativas relacionadas à mudança no comando da rede de móveis e eletrodomésticos. Desde que o veterano do varejo Michael Klein foi eleito para a presidência do conselho de administração, no último dia 26 de junho, os papéis acumulam alta de mais de 15%.
- GOL e AZUL subiam 5% e 2%, respectivamente, entre as maiores altas.
- B3 avançava 1,5%, também ajudando do lado positivo. O complemento de voto do relator da reforma da Previdência, de seis páginas retirou "referência indevida às bolsas de valores" no trecho que trata de alíquotas da contribuição social sobre lucro líquido.
- ITAÚ UNIBANCO PN subia 0,5% e BRADESCO ON avançava 0,4%, reforçando o viés de alta no pregão.
- VALE caía 0,1%, após forte queda na véspera, enquanto analistas ainda repercutiam potenciais desdobramentos de relatório da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Senado que investigou rompimento de uma barragem da empresa em Brumadinho (MG) em janeiro.
- PETROBRAS PN tinha elevação de 0,5% e PETROBRAS ON mostrava acréscimo de 0,2%, em sessão de alta dos preços do petróleo no exterior, além de anúncios sobre oferta secudária de participação da estatal na BR Distribuidora e início de fase não vinculante para venda de campos terrestres na Bahia.
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- BR DISTRIBUIDORA cedia 1,6%, após divulgação de prospecto preliminar de oferta secundária de ações da companhia detidas pela controladora Petrobras, no total de 291,25 milhões de papéis, além de cerca de 43,687 milhões de ações no lote suplementar e de 58,25 milhões no lote adicional.
- SUZANO recuava 1,4%, ainda pressionada pelo cenário de demanda fraca no setor de celulose na Europa e China, enquanto estoques permanecem elevados. Analistas do Bradesco BBI afirmaram que continuam cautelosos com a ação, enquanto ainda veem riscos no sentido de queda para os preços de celulose. KLABIN subia 0,3%.