Por Jamie McGeever
BRASÍLIA (Reuters) - Os investidores reduziram a expectativa de economia ao longo da próxima década com a reforma da Previdência para 620 bilhões de reais, contra 690 bilhões de reais apenas dois meses atrás, de acordo com a estimativa média de uma pesquisa com clientes da Morgan Stanley (NYSE:MS).
Embora 95 por cento dos mais de 125 entrevistados esperem que o Congresso acabe aprovando a reforma da Previdência, a jornada lenta e complicada do projeto de lei nas últimas semanas forçou os investidores a reduzir suas expectativas.
Uma economia de 620 bilhões de reais seria uma expectativa "mais razoável", segundo o Morgan Stanley. Mas isso representaria apenas metade da meta revisada para cima de 1,237 trilhão de reais, anunciada no início deste mês pelo governo.
A estimativa média mais recente é 10 por cento menor que a pesquisa anterior com clientes do Morgan Stanley em fevereiro e mascara algumas mudanças de opinião notáveis em apenas dois meses.
Agora, 42 por cento dos entrevistados esperam uma economia de 600 bilhões de reais ou menos, mais que o dobro dos 20 por cento de fevereiro, enquanto a porcentagem de entrevistados prevendo 500 bilhões de reais ou menos triplicou de 4 por cento para 12 por cento.
A parcela daqueles que esperam uma economia de 700 bilhões a 800 bilhões de reais caiu para 16 por cento, quase metade dos 29 por cento em fevereiro, e a proporção de investidores que esperam mais de 800 bilhões de reais caiu de 18 por cento para 11 por cento, mostrou a pesquisa.
O grande aumento foi na faixa de uma economia de 500 bilhões a 600 bilhões de reais. Cerca de 30 por cento dos entrevistados esperam agora esse nível de economia, quase o dobro dos 16 por cento em fevereiro.
Os investidores esperam esmagadoramente que a Câmara dos Deputados aprove a reforma no segundo semestre deste ano. Apenas 5 por cento dos entrevistados esperam a aprovação na Casa antes do final de junho, meta que parlamentares e autoridades do governo do presidente Jair Bolsonaro ainda pretendem atingir.
Trinta por cento dos entrevistados disseram que a votação na Câmara ocorrerá em agosto, 23 por cento falaram em setembro e 20 por cento citaram julho. Na última pesquisa, 39 por cento dos investidores esperavam uma votação na Câmara dos Deputados no primeiro semestre do ano, provavelmente em junho.
A pesquisa também mostrou que o otimismo dos investidores sobre o real diminuiu. Os clientes veem o real se fortalecendo um pouco até o final do ano, para 3,85 por dólar, de pouco menos de 4,00 atualmente, em vez de 3,60 na pesquisa anterior.