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Juros futuros têm forte queda com dados dos EUA e inflação desacelerando no Brasil

Publicado 26.10.2023, 17:01
© Reuters. Moedas de R$1
15/10/2010
REUTERS/Bruno Domingos
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Por Fabricio de Castro

SÃO PAULO (Reuters) - As taxas dos contratos de DI fecharam a quinta-feira em forte queda, de 25 pontos-base em alguns vencimentos longos, após novos dados da economia norte-americana e um leilão bem-sucedido de papeis de 7 anos dos Estados Unidos colocarem os yields dos Treasuries em baixa, enquanto a prévia da inflação no Brasil indicou continuidade na desaceleração de preços.

Pela manhã, o Departamento de Comércio dos EUA informou, em estimativa preliminar, que o Produto Interno Bruto do país cresceu a uma taxa anualizada de 4,9% no terceiro trimestre, maior alta desde o quarto trimestre de 2021. Economistas consultados pela Reuters projetaram mediana de crescimento para o PIB de 4,3% (estimativas entre 2,5% e 6,0%).

Já o núcleo do índice de preços PCE -- que tem movimentado os ativos globais nas divulgações mais recentes -- subiu 2,4% no terceiro trimestre, ante expectativa de alta de 2,5%. O índice cheio do PCE avançou 2,9%.

Dois profissionais do mercado ouvidos pela Reuters ponderaram que, apesar de o PIB acelerado dos EUA sugerir juros mais altos por mais tempo para segurar a inflação, o núcleo do PCE trouxe alívio para os yields nesta quinta-feira.

“Tivemos (as taxas do) Treasury de 10 anos e de 30 anos arrefecendo, porque o PIB do terceiro trimestre veio acima do esperado, o que de certa forma puxa juros para cima, mas o núcleo do PCE teve um efeito importante”, comentou Bernard Faust, operador de renda variável da One Investimentos. “O PCE, na nossa visão, é o principal fator para a fraqueza do (rendimento do) T10 e do T30 hoje nos EUA”, acrescentou.

Para Felipe Garcia, chefe da mesa de operações do C6 Bank, o PIB surpreendeu positivamente, mas a ponta longa da curva norte-americana acabou refletindo outros fatores nesta quinta-feira.

“Hoje ocorreu um leilão de (Treasury de) 7 anos, que foi bom, e o núcleo do PCE veio mais baixo que o previsto. Isso acabou dando um tom mais positivo para os negócios”, afirmou Garcia.

O profissional afirmou ainda que a realização de lucros no mercado de ações norte-americano -- com queda firme dos principais índices nesta quinta-feira -- e as incertezas globais em relação à guerra no Oriente Médio direcionaram parte da liquidez para a renda fixa.

“Isso se reflete na queda da curva de juros nos Estados Unidos -- e no Brasil também”, afirmou Garcia.

No mercado nacional, o principal indicador do dia foi o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15), considerado a prévia da inflação oficial. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o indicador avançou 0,21% neste mês, arrefecendo ante o avanço de 0,35% visto em setembro e ficando praticamente em linha com a expectativa em pesquisa da Reuters, de alta de 0,20%.

Profissionais do mercado receberam bem os dados dos núcleos do IPCA-15. De acordo com a Nova Futura Investimentos, os serviços subjacentes, que são um dos principais focos de atenção do Banco Central, recuaram para 0,14% em outubro e atingiram 4,88% em 12 meses.

“Achamos a composição do resultado muito boa, principalmente pelas baixas inflações dos serviços subjacentes e da média da inflação dos núcleos (que em ambos os casos vieram abaixo das nossas projeções e da mediana das projeções de mercado)”, afirmou Rafael Costa, analista e integrante do time de estratégia macro da BGC Liquidez, em comentário enviado a clientes.

Com a influência positiva tanto do exterior quanto do Brasil, as taxas futuras de juros recuaram quase 30 pontos-base na ponta longa da curva.

No fim da tarde, a taxa do DI para janeiro de 2025 estava em 10,805%, ante 10,929% do ajuste anterior, enquanto a taxa do DI para janeiro de 2026 estava em 10,605%, ante 10,805% do ajuste anterior.

© Reuters. Moedas de R$1
15/10/2010
REUTERS/Bruno Domingos

Entre os contratos mais longos, a taxa para janeiro de 2027 estava em 10,755%, ante 10,999%, enquanto a taxa para janeiro de 2028 estava em 11,015%, ante 11,265%.

Perto do fechamento a curva a termo precificava em 97% as chances de o corte da taxa básica Selic na próxima semana ser de 0,50 ponto percentual. Já as chances de corte de apenas 0,25 ponto percentual eram precificadas em 3%. Estes percentuais vêm se repetindo desde quarta-feira da semana passada. Atualmente, a Selic está em 12,75% ao ano.

Às 16:38 (de Brasília), o rendimento do Treasury de dez anos -- referência global para decisões de investimento -- caía 10,20 pontos-base, a 4,8509%.

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