SÃO PAULO (Reuters) - A Gerdau (SA:GGBR4) registrou um lucro líquido consolidado de 698 milhões de reais no segundo trimestre, alta de 830 por cento em relação ao mesmo período do ano passado, com melhora no resultado operacional, informou a siderúrgica nesta quarta-feira.
Com ajustes, o lucro líquido saltou 407,5 por cento para 746 milhões de reais.
O resultado operacional medido pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado subiu 56,8 por cento, para 1,756 bilhão de reais, o melhor resultado trimestral desde 2008, com margem Ebitda 14,6 por cento, ante 12,2 por cento um ano antes.
A receita líquida subiu 31,3 por cento para 12,035 bilhões de reais, com maior receita por tonelada em todas as operações, devido principalmente aos maiores preços internacionais. Enquanto isso, o custo das vendas subiu 26,3 por cento devido a maiores custos de matérias-primas em geral.
A greve dos caminhoneiros do final de maio no Brasil levou a uma queda na produção de aço bruto de 2,5 por cento na comparação anual, para 3,989 milhões de toneladas. Já as vendas consolidadas de aço subiram 3,4 por cento para 3,834 milhões de toneladas.
As despesas com vendas, gerais e administrativas subiram 2,6 por cento para 431 milhões de reais, representando 3,6 por cento da receita líquida.
O resultado financeiro piorou em relação ao mesmo período do ano passado, com déficit 713 milhões de reais, ante 505 milhões de reais negativos no mesmo período de 2017.
A empresa investiu 299 milhões de reais no segundo trimestre, sendo que do total 49,3 por cento foram destinados às operações no Brasil. A empresa prevê fechar o ano com investimentos totais de 1,2 bilhão de reais, com foco em melhora da produtividade e manutenção.
No segundo trimestre, a geração de fluxo de caixa livre foi de 86 milhões de reais, "suficiente para honrar os compromissos de capex, imposto de renda e juros e consumo de capital de giro", disse a empresa.
A dívida líquida subiu para 15,174 bilhões de reais no fim do segundo trimestre, ante 14,534 bilhões de reais em junho do ano passado e 13,473 bilhões de reais no primeiro trimestre. A margem dívida líquida/Ebitda ajustado, que mede a alavancagem da empresa, ficou estável em relação ao primeiro trimestre, em 2,7 vezes, mais caiu ante 3,6 vezes ao final do segundo trimestre do ano passado.
A Gerdau manteve o seu programa de desinvestimento no trimestre, quando concluiu a venda de 100 por cento das ações da Aza Participações SpA, no Chile, por 154 milhões de dólares, ou 594 milhões de reais. Em julho, a empresa concluiu a venda de suas duas usinas hidrelétricas em Goiás, por 835 milhões de reais.
"A Gerdau segue executando sua estratégia de focar-se em seus ativos de maior rentabilidade e, desde 2014, o valor econômico dos desinvestimentos realizados nos Estados Unidos, na Europa, na América Latina e no Brasil ultrapassa 6 bilhões de reais.
A empresa também anunciou nesta quarta-feira pagamento de 238 milhões de reais, ou 0,14 real por ação, em juros sobre capital próprio referente ao segundo trimestre, no dia 31 de agosto.
(Por Raquel Stenzel)