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Lula rebate acusações de Bolsonaro sobre operação da PF contra Carlos

Publicado 30.01.2024, 08:53
© Reuters. REUTERS/Jamil Bittar

Por Eduardo Simões

SÃO PAULO (Reuters) -O presidente Luiz Inácio Lula da Silva rebateu nesta terça-feira seu antecessor, Jair Bolsonaro, que afirmou que ele e sua família estão sendo perseguidos pela Polícia Federal e disse que o ex-presidente "fala asneira" ao fazer tal acusação.

Em entrevista à rádio CBN Recife, Lula afirmou que seu governo não interfere na Polícia Federal e não manda no Judiciário, apontando que a PF apenas cumpriu decisões judiciais ao fazer na véspera uma operação de busca e apreensão contra o vereador do Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro, filho do ex-presidente.

"Eu posso falar que ele (Bolsonaro) falou uma grande asneira. O governo brasileiro não manda na Polícia Federal. Muito menos o governo brasileiro manda na Justiça", disse Lula.

"Você tem um processo de investigação, você tem decisão de um ministro da Suprema Corte que mandou fazer busca e apreensão sobre suspeita de utilização com má fé pela Abin... e a Polícia Federal foi cumprir um mandado pela Justiça. Não vejo nenhum problema anormal se é uma decisão judicial", acrescentou.

Na entrevista, o presidente afirmou que espera apenas que a PF e o Ministério Público não atuem com "pirotecnia" e pediu que seja garantida a todos os investigados a presunção de inocência.

"O que eu espero é que as pessoas que estão sendo investigadas sejam investigadas, que essas pessoas tenham direito à presunção da inocência que eu não tive, e eu acho que as pessoas que não devem não temem", disse Lula. Ele se referiu às condenações por corrupção na operação Lava Jato, posteriormente anuladas, que o levaram a ficar preso por 580 dias na Polícia Federal em Curitiba.

Lula disse ainda que, quando presidente, Bolsonaro tentou mandar na Polícia Federal.

"O cidadão que está acusando foi presidente da República, ele lidou com a Polícia Federal, ele tentou mandar na Polícia Federal, ele trocava superintendente ao bel prazer sem nenhum respeito ao que pensava o próprio diretor-geral da Polícia Federal, ao que pensava o ministro da Justiça. Eu não, eu acho que as coisas têm que funcionar de acordo com os interesses da instituição", disse Lula.

Na segunda, Carlos Bolsonaro foi alvo de operação de busca e apreensão no âmbito da operação que investiga supostas ações irregulares da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) durante o governo de seu pai.

Decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes que determinou o cumprimento dos mandados revelou que a PF aponta Carlos como integrante do núcleo político de uma organização criminosa em atuação na chamada "Abin paralela" comandada pelo então chefe da agência, o atual deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ).

FALTA DE SEGURANÇA NA ABIN

Na entrevista à rádio pernambucana, Lula foi questionado se tinha segurança na formação atual da Abin, comandada pelo Luiz Fernando Corrêa, que chefiou a PF na gestão anterior do petista, e respondeu: "A gente nunca está seguro."

"O companheiro que eu indiquei para ser o diretor-geral da Abin é o companheiro que foi meu diretor-geral da Polícia Federal entre 2007 e 2010. É uma pessoa que eu tenho muita confiança, e por isso eu o chamei, já que eu não conhecia ninguém dentro da Abin", contou o presidente referindo-se a Corrêa.

"E esse companheiro montou a equipe dele, dentro da equipe dele tinha um cidadão, que é o que está sendo acusado, que mantinha relação com o Ramagem que era o presidente da Abin no governo passado. Ora, se isso for verdade, se for provado, não há clima para esse cidadão continuar", acrescentou em referência a Alessandro Moretti, diretor adjunto da Abin, segundo cargo mais importante na hierarquia da agência.

Após a PF ter levantado a suspeita de que Moretti teria articulado para impedir o avanço das investigações sobre a chamada "Abin Paralela", passou-se a se discutir nos bastidores do governo Lula a possibilidade de trocas na cúpula da agência.

© Reuters. REUTERS/Jamil Bittar

A saída de Moretti é tida como praticamente certa, segundo duas fontes palacianas. A avaliação é que a situação dele seria insustentável, ainda mais diante do fato de ele ter ocupado importantes cargos durante a gestão Bolsonaro.

O diretor-adjunto da Abin trabalhou com o ex-ministro da Justiça de Bolsonaro Anderson Torres tanto na PF quanto na Secretaria de Segurança Pública do DF. No início do ano passado, Torres, que era secretário de Segurança Pública em Brasília, foi preso sob suspeita de ter facilitado os atos criminosos na Praça dos Três Poderes no dia 8 de janeiro.

(Edição Alberto Alerigi Jr.)

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