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Por Alessandro Parodi
PARIS (Reuters) - O presidente da França, Emmanuel Macron, rejeitou os pedidos de renúncia e criticou seus oponentes nesta segunda-feira, enquanto seu último governo era ameaçado por duas moções de desconfiança que poderiam derrubá-lo até o final da semana.
A França está no meio de sua pior crise política em décadas, já que uma sucessão de governos minoritários tenta impor orçamentos de redução de déficit a uma legislatura dividida em três blocos ideológicos distintos.
Macron teve cinco primeiros-ministros em menos de dois anos, e muitos de seus rivais disseram que a única saída para a crise é o presidente convocar novas eleições legislativas ou renunciar, o que ele se recusou a fazer.
Pouco depois de chegar ao Egito na segunda-feira para participar de uma reunião para acabar com a guerra em Gaza, Macron foi desafiador, culpando seus rivais por desestabilizar a França e dizendo que não tem planos de renunciar antes que seu segundo e último mandato terminasse em 2027.
"Eu garanto a continuidade e a estabilidade, e continuarei a fazê-lo", disse ele, pedindo às pessoas que não se esqueçam de que o mandato dado ao presidente significa "servir, servir e servir".
Na sexta-feira, Macron nomeou novamente Sebastien Lecornu, que havia renunciado ao cargo de primeiro-ministro no início da semana. O gabinete de Macron anunciou o novo gabinete de Lecornu no final do domingo, com muitos dos principais cargos permanecendo inalterados, apesar da promessa do primeiro-ministro de nomear ministros que incorporem "renovação e diversidade".
Tanto o partido de extrema-esquerda França Insubmissa (LFI, na sigla local) quanto o partido de extrema-direita Reunião Nacional (RN) apresentaram moções de desconfiança nesta segunda-feira.
Lecornu enfrentará um voto de desconfiança provavelmente na quinta-feira. Não está claro se ele tem os votos necessários para sobreviver, já que os socialistas -- cujo apoio ele quase certamente precisará para continuar lutando -- estão mantendo suas opções em aberto.
Os socialistas querem que Lecornu revogue a reforma previdenciária de Macron e implemente um imposto sobre os bilionários, medidas que a direita rejeita totalmente.
"Não haverá censura se o primeiro-ministro se comprometer a abandonar o Artigo 49.3 e suspender a reforma previdenciária", disse o parlamentar socialista Philippe Brun à Reuters, referindo-se à ferramenta constitucional usada para aprovar a legislação no Parlamento sem votação, e ecoando as observações do secretário do partido Olivier Faure no domingo.
Lecornu, que já é o primeiro-ministro com o mandato mais curto da França, com um primeiro mandato que durou apenas 27 dias, não descartou a possibilidade de renunciar novamente se não puder cumprir sua missão.
O presidente do RN, Jordan Bardella, perguntado na TF1 TV se apoiará uma moção da esquerda linha-dura, disse: "Não sou sectário... Acredito que o interesse da França hoje é garantir que Emmanuel Macron seja impedido de seguir seu caminho".
(Reportagem de Geert De Clercq, Alessandro Parodi e Elizabeth Pineau)