SÃO PAULO (Reuters) - A queda na emissão de prêmios em importantes áreas de negócios e a alta no pagamento de indenizações a segurados pesaram sobre a BB Seguridade (SA:BBSE3), cujo lucro do primeiro trimestre ficou praticamente estável na comparação com um ano antes.
A BB (SA:BBAS3) Seguridade anunciou nesta segunda-feira que teve lucro líquido de 958 milhões de reais no período, alta de 0,9 por cento ante mesma etapa de 2015. A variação ficou bem abaixo do crescimento previsto pela companhia para o acumulado deste ano, de 8 a 12 por cento.
Na base sequencial, o lucro teve queda de 5,5 por cento.
Segundo a BB Seguridade, o resultado foi afetado também pelo pagamento de alíquotas maiores de PIS/Pasep e Cofins sobre receitas financeiras e da Contribuição Social sobre o lucro líquido (CSLL).
Esses efeitos foram parcialmente compensados por um aumento de 33,1 milhões de reais do resultado financeiro combinado.
Ainda assim, a rentabilidade ajustada sobre o patrimônio líquido teve queda de 5 pontos percentuais sobre um ano antes, para 49,9 por cento.
Índice combinado, que mede quanto dos prêmios ganhos são gastos com despesas operacionais e pagamento de indenizações a segurados, piorou, passando de 69,7 para 73,1 por cento.
Segundo a companhia, contribuiu para a piora do índice o aumento da sinistralidade, concentrada no segmento de prestamista em razão da contabilização de avisos que não haviam sido processados em decorrência de inconsistências cadastrais.
De acordo com o diretor financeiro e de Relações com Investidores da BB Seguridade, Werner Suffert, consideradas bases mais equivalentes de alíquotas de tributação nos próximos trimestres, a tendência é que o lucro da companhia convirja para números mais próximos da faixa estimada para o ano.
"Na média, nossos resultados financeiros podem ser até melhores do que em 2015 por causa da Selic média maior", disse Suffert à Reuters. "Além disso, esperamos reduzir os níveis de sinistros".
O volume de prêmios emitidos no segmento Vida, Habitacional e Rural teve queda de 2,9 por cento sobre um ano antes e de 28,6 por cento na base sequencial, para 1,5 bilhão de reais. Com isso, o lucro da área caiu 3,3 por cento na base anual.
Já no segmento Patrimônio e automóvel, a queda no lucro foi ainda mais acentuada, de 48,9 por cento. Embora o volume de prêmios tenha tido expansão de 2,5 por cento, maiores valores pagos em indenizações deterioraram fortemente a rentabilidade.
Em previdência, o lucro cresceu 1,36 por cento ano a ano, para 223 milhões de reais. Em capitalização, a arrecadação caiu 21 por cento contra um ano antes e 43,8 por cento na base sequencial, para 1,04 bilhão. Ainda assim, o lucro do setor ano a ano avançou 28,6 por cento, a 135 milhões de reais, devido a ganhos maiores com juros.
Por fim, o lucro com corretagem somou 370,5 milhões de reais, alta de 4,6 por cento sobre um ano antes, resultado também favorecido por maiores ganhos financeiros.
(Por Aluísio Alves)