Por Aluisio Alves
SÃO PAULO (Reuters) - O Mercado Livre deve investir cerca de 2 bilhões de dólares em 2019, como parte dos esforços para otimizar a estrutura logística e ampliar a oferta de serviços de seu braço financeiro, o Mercado Pago, disseram executivos da companhia à Reuters nesta terça-feira.
O montante, que inclui despesas com a estrutura do negócio e a expansão física e do volume de produtos, sublinha foco da maior empresa de comércio eletrônico da América Latina para seguir crescendo o dobro da média do mercado de comércio eletrônico, enquanto avança em produtos bancários no Brasil, após ter obtido licença do Banco Central para ser instituição de pagamentos. Em 2018, o Mercado Livre investiu cerca de 1,5 bilhão de dólares.
A companhia fechou o ano passado com quase 2,5 milhões de usuários ativos da carteira digital.
"Nosso foco para os próximos trimestres segue sendo ganhar participação de mercado", disse o vice-presidente de finanças e de relações com investidores da companhia, Pedro Arnt.
O Mercado Livre anunciou nesta terça-feira que teve receita líquida de 428 milhões de dólares no quarto trimestre, alta de 19,5 por cento contra um ano antes. As receitas do marketplace aumentaram 13,5 por cento ano a ano enquanto as outras tiveram crescimento de 27 por cento.
Segundo Arnt, o menor crescimento do marketplace em relação ao do Mercado Pago reflete tanto a base de comparação mais forte quanto a revisão na política de subsídios, já que a empresa passou a cobrar uma taxa para compras de valores muito baixos.
"Estamos revisando a política de subsídios para que eles tenham resultados mais efetivos", disse Arnt.
O lucro bruto da companhia somou 204,8 milhões de dólares de outubro a dezembro, com queda de nove pontos percentuais da margem, a 47,8 por cento.
O prejuízo líquido do Mercado Livre antes dos impostos foi de 6,8 milhões de dólares, resultado negativo 89,5 por cento maior em relação a um ano antes.