Investing.com – Os investidores retiraram US$ 16,9 bilhões dos mercados de ações globais na última semana, o maior volume desde dezembro de 2022, segundo o Bank of America (NYSE:BAC). Esse movimento foi liderado pelas ações dos Estados Unidos, que sofreram uma saída de US$ 17,9 bilhões, diante das preocupações com uma possível desaceleração econômica.
Os analistas do banco recomendam a estratégia de “vender no último aumento de juros”, que consiste em se desfazer de ações antes que a política monetária se torne mais restritiva para combater a inflação. Eles citam vários sinais de uma desaceleração econômica, como o achatamento da curva de juros, o aumento das taxas de desemprego, das poupanças pessoais, da inadimplência em títulos especulativos de alto retorno e mais casos de atrasos no pagamento de cartões de crédito e empréstimos de automóveis.
Eles sugerem comprar títulos do Tesouro de 5 anos com rendimento de 5% e investir em ações que possam se beneficiar ou resistir a uma desaceleração econômica, como os setores de energia e bens de consumo básico, bem como negociações contrárias, como investir em setores que podem enfrentar dificuldades em uma desaceleração econômica, como os imóveis de investimento (REITs), varejo (XRT) e bancos (BKX), em contraste com investimentos em setores que podem não ser afetados, como Mag7, SOX, XHB, XLI e XBD. Eles também sugerem manter ouro como proteção contra o cenário de juros mais altos e uma desvalorização do dólar.
Por outro lado, os títulos receberam ingressos de US$ 2,5 bilhões na última semana, enquanto US$ 4,3 bilhões foram retirados dos mercados monetários, e o ouro perdeu US$ 300 milhões. Os investidores alocaram US$ 1,0 trilhão em posições de caixa este ano até o momento, com investimentos significativos em títulos do Tesouro americano, títulos de grau de investimento, ações e no setor de tecnologia, indicando uma abordagem cautelosa e disposição para aguardar os desenvolvimentos do mercado.
A análise do Bank of America mostra uma forte correlação entre as ofertas de emprego nos EUA (demanda por trabalho) e o mercado de ações, o que sugere que as bolsas americanas podem sofrer uma queda no curto prazo.
Em contraste com as ações dos EUA, os mercados emergentes receberam ingressos de US$ 1,4 bilhão na última semana, indicando algum interesse dos investidores nesses mercados. O Japão experimentou a segunda semana consecutiva de saídas de capital no valor de US$ 300 milhões, sugerindo cautela no mercado de ações japonês. A Europa continuou enfrentando saídas de capital pelo 28º trimestre consecutivo, com US$ 3,1 bilhões retirados dos mercados de ações da região.