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Comitê de investimentos do banco prefere alocações em títulos Durante dezembro passado houve pressão em torno do Federal Reserve para não aumentar o juro básico, além de pedidos por “Open Mouth Operations” no intuito de explicitar o horizonte de sua política monetária.
Powell e o colegiado deram aos mercados o que eles queriam: comunicação direta e definição até o final de 2019 da política monetária, sem alterações bruscas (ou previamente avisadas), resultado em estabilidade.
A resposta dos mercados financeiros foi única: a clareza do Fed se transformou em incerteza (ou menor variabilidade) de alocações. Pelo menos essa é a visão do Morgan Stanley Wealth Management, em relatório semanal publicado a seus clientes, cujo cerne é: estejam alocados em ativos de longo prazo, ou melhor dizendo, “em objetivos de longo prazo”.
O avião está pousando
Inicialmente, o tema retomado pelo comitê global de investimentos do Morgan Stanley (NYSE:MS) é a inversão dos yields (juros) dos Treasuries (títulos da dívida pública dos EUA), com a questão: como o pagamento de três meses é superior ao de 10 anos? A inversão da curva lançou sinal amarelo sobre Wall Street, no sentido de que a última vez que ocorreu foi em 2007, ano predecessor da crise financeira internacional de 2008.
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Dentre as diversas preocupações, por mais que sejam inócuas, existe alento: “as probabilidades de soft landing (quando o avião do crescimento pousa levemente) são boas”. Mais do que isso: pode significar agora caminho a passos largos para o estado natural.
Sem recessão
A dicotomia teórica entre manutenção da Fed Funds Rate (taxa básica de juro nos EUA, análoga a Selic) e valorização próxima a 13% do S&P 500 em 2019, mantém investidores divididos, segundo o Morgan Stanley (NYSE:MS).
Entre a festa do IPO de Lyft e Levi Strauss e a garantia fixa de Treasuries sob pressão de fundos soberanos da China, os analistas ponderam: “notamos desacordo entre investidores de ações que antecipavam soft landing contra vários mais cautelosos alocados em títulos”.
Adiante no relatório, a equipe de análise do Morgan Stanley Wealth Management aponta para a probabilidade medida pelos mercados de 80% de corte na Fed Funds Rate em setembro, porém sem prerrogativa de recessão.
Os três motivos apontados pelo Morgan Stanley Wealth Management para não ter recessão são os seguintes: (i) programas como o QE e o QT são atípicos e podem vir a interferir os yields dos Treasuries, pelo volume próximo a US$ 34 trilhões do balanço de ativos do Fed e a importância de desinchação do mesmo; (ii) resiliência dos indicadores econômicos dos EUA em meio a guerra comercial com a China; (iii) PMI composto de março dos EUA acima dos 50 pontos.
Maior alocação em títulos
Levantamento do radar global do Morgan Stanley (NYSE:MS) Wealth Management aponta pela primeira vez, após semanas de neutralidade, para maior alocação em títulos frente a ações.
A ideia, aparentemente contraditória, é plausível dentro de cenários extremamente voláteis nos mercados acionários, não por sua natureza crescente, frutífera e com rendimentos superiores de médio prazo aos da renda fixa, mas sim pela posição de manter certa austeridade diante de tantas incertezas geopolíticas.
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Renda variável
Na renda variável, destaque para os mercados emergentes, com P/L (Preço/Lucro) inferior aos mercados desenvolvidos atualmente, na relação de 12,1 vezes – sem aumento frente a relação observada na última semana. Em comparação, os P/L dos índices S&P 500 e MSCI AC World estão atualmente na casa de 16,4 vezes e 14,8 vezes, respectivamente.
Em relação aos setores do S&P 500, os múltiplos mais atrativos são os do setor financeiro, com P/L de 11,3 vezes para 12 meses, ante relação de 11,1 vezes na semana anterior. Por sua vez, o setor com o múltiplo mais esticado é o de “Consumer Discretionary”, na casa de 20,8 vezes – ante 20,4 vezes na projeção anterior.
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Dentro de outro radar propiciado pela equipe de análise do banco, a China é vista como o maior emergente em atratividade de capitais. Além do PMI de março e da sensação de provável final do fundo do posso desacelerante do nível de produto, a mudança recente dos índices MSCI na China corrobora para o viés comparativo superior a outros emergentes em relação ao fluxo de divisas estrangeiras.
Ao mesmo tempo, a melhora semanal do Brasil foi evidente: a liquidez na semana passada vista como neutra agora é destacada como “robusta na economia e no sistema financeiro”. Neste caminho, os analistas destacam o “crescimento do crédito privado” como propulsor.
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“No Brasil, a liquidez se movimentou de uma alocação de risco neutra para uma alocação de risco positivo, a medida que o crescimento privado do crédito se expandiu”, avalia o Morgan Stanley (NYSE:MS) Wealth Management. Dentre as outras variáveis macroeconômicas utilizadas, destaque para a “inflação em queda” em “tendência declinante”, com a confiança e os indicadores técnicos demonstrando, nesta semana, neutralidade.
Por último, o banco destaca a expectativa de valuations decrescentes no Brasil, “com os ativos de risco ricamente avaliados”, porém aponta para projeção de crescimento nos lucros da empresas. “A estabilidade política dá suporte a recuperação”, conclui o Morgan Stanley Wealth Management.