(Reuters) - A empresa de fertilizantes Mosaic revisou nesta segunda-feira o guidance anual para seu lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) para um intervalo de 2 bilhões a 2,3 bilhões de dólares, citando as novas regulações para barragens de rejeitos no Brasil como um dos motivos.
A Mosaic apontou ainda um aumento nas taxas sobre recursos no Canadá e o atraso nas recuperações das margens no fosfato, anunciando também uma alteração no guidance do lucro ajustado por ação (EPS), para 1,5 dólar a 2 dólares.
A empresa, que possui três minas em operação reduzida no Brasil para realizar mudanças exigidas pelas novas regras regulatórias, espera que todas elas estejam em operação completa até o final do terceiro trimestre.
A Mosaic disse anteriormente que estava tomando medidas para cumprir as novas normas brasileiras que regem as barragens de rejeitos de minas, após o desastre de Brumadinho (MG) com uma estrutura da Vale (SA:VALE3).
Segundo a Mosaic, a mina de Catalão (GO) deverá retomar operações totais até o fim do segundo trimestre, enquanto as de Tapira e Araxá, em Minas Gerais, voltariam a pleno no final do terceiro trimestre.
O fosfato é um dos três ingredientes básicos da maioria dos fertilizantes utilizados na agricultura, sendo os outros o potássio e o nitrogênio.
Apesar de ser um grande produtor agrícola, o Brasil depende de importações para cerca de 70 por cento de suas necessidades de fertilizantes. A produção local de fosfatos, por exemplo, é de cerca de 1 milhão de toneladas por ano, principalmente das minas Mosaic, de uma demanda anual estimada em torno de 5 milhões de toneladas.
A companhia prevê embarcar até 600 mil t de rocha de sua mina peruana para substituir cerca de 40 por ceto da produção normal de minas brasileiras. A Mosaic informou ainda que, dependendo do tempo para retomada completa de minas no Brasil, pode embarcar até 300 mil t de fosfatos terminados da Flórida para o país.
(Por Gabriel Araujo; edição de Roberto Samora)