Investing.com – As ações da Movida (BVMF:MOVI3) disparavam na manhã desta terça-feira, 07, após a companhia divulgar resultados referentes ao quarto trimestre de 2022. A companhia reportou queda anual de 93,6% no lucro líquido no quarto trimestre, chegando a R$18 milhões, devido a despesas financeiras decorrentes da alta da Selic. No entanto, a receita líquida subiu 55,7% e o Ebitda teve alta de 10,5% na mesma comparação.
Às 13h07 (de Brasília), as ações da Movida subiam 6,13%, a R$6,93. Mais cedo, os papéis chegaram a atingir alta de dois dígitos.
A Movida adicionou 45 novas lojas no ano, chegando a 330 pontos, considerando aluguel e seminovos. O lucro líquido foi de R$556,4 milhões no ano, um recuo de 32,1% devido ao aumento da taxa básica de juros, aumentando a despesa financeira líquida em 251%. No final do ano, a frota total atingiu 224 mil carros, um crescimento de mais de 104% no período de três anos.
“Vendemos os carros de maior valor transformando o perfil de carros vendidos em Seminovos, o que nos levou a um ticket médio de venda 19% maior em 2022 versus 2021”, detalhou a Movida em release de resultados. Segundo a empresa, a nova estrutura de lojas sido eficiente no giro da frota em novos patamares de preço. A receita foi de R$5,0 bilhões em 2022, crescimento de 93%, com volume expandindo 62% e margem EBITDA de 13%.
O investimento líquido foi de R$4,5 bilhões em 2022, abaixo do guidance de R$5,1 a R$6 bilhões, e a tendência é de redução do capex nesse início de ano. “Além do impacto do menor preço de compra, há também o efeito da venda de um mix superior de carros para os próximos meses, auxiliando na dinâmica positiva de caixa”, completa a Movida.
De acordo com a XP Investimentos (BVMF:XPBR31), depreciação mais alta e margens de aluguel mais baixas impactaram o balanço, assim como custos financeiros elevados. Na visão dos analistas Pedro Bruno, Lucas Larghi e Matheus Sant'anna, a companhia reportou resultados mais fracos do que o esperado, com lucro líquido de R$18 milhões 44% abaixo das projeções da XP.
No entanto, os analistas ponderam que a cessão de direitos creditórios representa uma nova fonte de captação, implicando na redução da dívida líquida no quarto tri de R$11,5 bilhões para R$10,8 bilhões. “Notamos que esta é a mesma estrutura utilizada pela Vamos, empresa também do grupo Simpar (BVMF:SIMH3), em que a carteira de receitas contratuais é antecipada como financiamento adicional, provavelmente idealizada pelo recém-nomeado CFO que saiu da Vamos”, detalham os analistas. A XP possui recomendação de compra para os papéis.