Por Gabriel Codas
Investing.com - Na abertura da sessão desta sexta-feira, as ações da MRV (SA:MRVE3) operam com forte queda, reagindo à prévia operacional divulgado na véspera. A companhia teve alta de 6,3% nos lançamentos de imóveis residenciais no quarto trimestre do ano passado ante o mesmo período de 2018, mas as vendas recuaram 9,9% na mesma comparação.
Com isso, por volta das 12h17, os papéis tiveram perdas 1,57% a R$ 21,27, liderando as perdas do Ibovespa.
A empresa afirmou que a concentração dos lançamentos ocorreu em dezembro e por isso acredita que as vendas do primeiro trimestre deste ano "poderão ser beneficiadas por esta concentração de lançamentos".
Os lançamentos da MRV (SA:MRVE3) nos três últimos meses do ano passado corresponderam a 2,37 bilhões de reais (14 mil unidades) e as vendas foram de 1,38 bilhão de reais (8.733 unidades). O preço médio por apartamento vendido avançou 3,3% na comparação anual, para 158 mil reais.
A companhia encerrou 2019 com o menor volume de distratos dos últimos anos, 489 milhões de reais, um recuo de 50,6% no comparativo com 2018.
A empresa registrou no quarto trimestre queima de caixa de 34,1 milhões de reais, diante de um "forte ritmo de produção, aliado ao momento de expansão que a companhia está atravessando".
A MRV (SA:MRVE3) construiu 39.660 apartamentos em 2019, um crescimento de 7,3% sobre 2018 e de cerca de 20% ante 2017. No trimestre, porém, a empresa teve baixa de 8,3% nas unidades produzidas na relação anual e queda de 9,1% sobre os três meses imediatamente anteriores.
O desembolso com terrenos em 2019 foi de 685,5 milhões de reais, alta de 41,5% sobre o ano anterior. A MRV (SA:MRVE3) tem meta de operar num ritmo de 50 mil unidades produzidas por ano e está focando na aquisição de terrenos destinados a empreendimentos de seu braço de aluguéis de apartamentos Luggo e produtos passíveis de financiamentos pelo SBPE.
O banco de terrenos total da MRV (SA:MRVE3) cresceu 5,6% no quarto trimestre na comparação anual, para 52,5 bilhões de reais, suficiente para 326,77 mil unidades.
Para a Mirae Asset, os números vieram fortes, mas com volume de lançamentos ligeiramente abaixo do esperado pelo mercado. A corretora espera números mais sólidos em 2020, com a expectativa de recuperação gradual da economia e do emprego, num cenário ainda de juros e de inflação baixos nos próximos meses.
Já para o BTG Pactual (SA:BPAC11), os resultados trimestrais foram fracos: a receita líquida diminuiu, apesar de lançamentos muito maiores; e a MRV (SA:MRVE3) registrou queima de caixa, apesar da menor produção.
Para os analistas, o mais importante, é que eles acreditam que níveis mais altos de estoque e investimentos ininterruptos no landbank podem pressionar os ROEs no curto prazo. A preços atuais, enxergam a negociação de ações em 2,3x P/TBV.
Com Reuters.