Investing.com - A Natura (SA:NTCO3) anunciou que pretende levantar R$ 6,2 milhões em follow-on, a R$ 51,13 por cada uma das 121 milhões de novas ações, o que corresponde a uma diluição de 9,7%. Na perspectiva do UBS, a empresa deve aplicar esses recursos no fortalecimento de sua estrutura de capital e na aceleração do processo de integração da Avon.
Em relatório distribuído na última quinta-feira (1), o banco classificou as ações da Natura (SA:NTCO3) com recomendação Neutra e preço-alvo de R$ 50. Às 16h53, os papéis eram negociados com alta de 0,58% a R$ 48,86, variando entre R$ 48,22 e R$ 50,18, com R$ 440,59 milhões de volume negociado.
Com os recursos obtidos na oferta, que é o segundo aumento de capital do ano da companhia, a Natura deve pagar sua dívida denominada em dólar, o que, por fim, deve otimizar a estrutura de capital. A empresa terminou o segundo trimestre com R$ 7,39 bilhões em caixa e dívida líquida de R$ 10,62 bilhões. Caso a companhia usasse os R$ 6 bilhões para refinanciar dívidas existentes, depois da redução de sua exposição à dívida em dólar, a dívida líquida/Ebitda cairia para 2x, de 4,83x.
Além disso, parte dos recursos deve ser empregado na transformação digital e na aceleração do processo de integração da Avon, adquidira em janeiro. Na visão do UBS, esse processo de transformação seria “uma forma de reduzir riscos de mudanças de canal e melhorar a lucratividade”.
Além do follow-on, o relatório também abordou os dados preliminares do terceiro trimestre divulgados pela Natura. O lucro líquido entre R$ 9,9 bilhões e R$ 10,3 bilhões que a empresa disse esperar, que representariam uma alta de 25%-30% em relação ao mesmo período do ano passado, estão bem acima da estimativa do banco de R$ 8 bilhões, o que, para o UBS, sugere que a companhia está se recuperando mais rápido do que o esperado da crise, apoiada também pela fraqueza do real.