SÃO PAULO (Reuters) - A bolsa paulista mostrava fortes perdas nesta segunda-feira, acompanhando o nervosismo no ambiente financeiro global após decisões da Arábia derrubarem os preços do petróleo no exterior e adicionarem mais um componente negativo a um mercado já avesso a risco pelas preocupações relacionadas ao novo coronavírus.
Às 10:21, o Ibovespa (BVSP) caía 8,7 %, a 89.635 pontos.
Na sexta-feira, Ibovespa fechou em queda de 4,14%, a 97.996,77 pontos, ampliando as perdas no ano para mais de 15%, em meio à continuidade dos temores sobre os efeitos do surto do COVID-19 na economia mundial.
Os preços do petróleo chegaram a cair mais de 30% nesta segunda-feira, o maior recuo diário desde a Guerra do Golfo, em 1991, após a Arábia Saudita ter sinalizado que elevará a produção para ganhar participação no mercado. Os sauditas cortaram seus preços oficiais de venda.
As ações da Petrobras (SA:PETR4) (SA:PETR3) centralizavam as atenções, tendo já registrado forte recuo na sexta-feira, após a Rússia recusar aderir a cortes adicionais de oferta propostos pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) para estabilizar os mercados da commodity.
Os papéis estavam em leilão de abertura, apontando quedas de mais de 20% cada. Após a abertura os papéis continuavam movimento e desabavam mais de 23% cada.
Analistas do Bradesco BBI cortaram a recomendação para os papéis da Petrobras para 'neutra', reduzindo o preço-alvo das preferenciais para 23,50 reais ante 38 reais, para incorporar "um cenário de preço do petróleo mais pessimista em nosso modelo após a enorme decepção com a última reunião da Opep e as repercussões anunciadas pela Arábia Saudita".
O Goldman Sachs cortou sua previsão para os preços do petróleo Brent LCOc1 para o segundo e terceiro trimestres de 2020 para 30 dólares o barril, "com possíveis quedas de preços para níveis de estresse operacional e custos de caixa bem próximos de 20 dólares o barril", conforme relatório a clientes ainda no domingo.