SÃO PAULO (Reuters) - A norueguesa Norsk Hydro anunciou nesta sexta-feira que o Ibama levantou o embargo à nova área de depósito de resíduos de bauxita (DRS2) da refinaria Alunorte, no Pará, mas que os demais embargos de autoridades brasileiras continuam em vigor.
"Continuaremos o diálogo com as autoridades para buscar a permissão para utilizar a nova área de depósito, pois isso é fundamental para a sustentabilidade e continuidade das operações da refinaria", disse o responsável pela área de Bauxita & Alumina da Norsk Hydro, John Thuestad.
A suspensão do embargo pelo Ibama não permite a retomada imediata da fase de testes e comissionamento do DRS2, pois o embargo do tribunal federal continua pendente.
Em fevereiro, o Tribunal de Justiça do Pará determinou que a refinaria reduzisse em 50 por cento sua produção, a fim de evitar tragédia ambiental que colocasse em risco a vida das comunidades. A decisão foi tomada após pedido do Ministério Público do Pará, que apontou diversas irregularidades na empresa e dano ambiental, após rejeitos de beneficiamento de bauxita da empresa terem vazado.
Neste mês, a Norsk Hydro ameaçou realizar demissões e fechar a refinaria porque o atual depósito em operação, o DRS1, estava prestes a atingir sua capacidade total. Mas a companhia conseguiu permissão para usar uma nova tecnologia, a de filtro prensa, para aliviar a situação, enquanto buscava a liberação do DRS2.
A Alunorte iniciou o projeto de migração das operações para a nova tecnologia de filtro prensa no DRS2 em agosto de 2014. Antes dos embargos impostos em março deste ano, a refinaria estava em processo de comissionamento dos filtros e do DRS2.
A retomada das atividades de comissionamento e testes no DRS2 permitirá à Alunorte fazer a transição planejada do DRS1 para o novo depósito de resíduos e para a nova tecnologia, explicou a Norsk Nydro.
"Este é um desenvolvimento na direção certa para a Alunorte, nos aproximando do nosso plano original de substituir o DRS1 pelo DRS2, com base na moderna tecnologia de filtragem de prensa", disse Thuestad.
O prazo para o levantamento dos embargos que limitam a produção da Alunorte a 50 por cento da capacidade total permanece incerto, concluiu a empresa.
(Por José Roberto Gomes)