Por Ana Beatriz Bartolo
Investing.com - O Nu Holdings (Nubank) (NYSE:NU) (SA:NUBR33) divulgou os seus resultados do quarto trimestre de 2021 na noite de terça-feira, 22, que foram recebidos de forma mista pelo mercado. Apesar da melhora na receita e no número de clientes, ainda há dúvidas sobre o valor de uma das principais fintechs da América Latina.
Hoje, 23, às 16h07, as ações negociadas nos Estados Unidos caíam 10,80%, a US$ 7,85, enquanto as BDRs vendidas na B3 (SA:B3SA3) recuavam 11,60%, a R$ 6,+63.
Estes resultados foram os primeiros apresentados pela Nu Holding desde que a empresa abriu capital nos EUA no final do ano passado. Na visão do BTG Pactual (SA:BPAC11), os números vieram fortes, como o esperado, apresentando boa receita e crescimento de 5,8 milhões de novos clientes.
A Nu Holding apresentou um prejuízo líquido de R$ 66 milhões no 4T21, uma redução de 38% no comparativo com o mesmo período de 2020. Mas ajustando a remuneração baseada em ações e o programa de clientes NuSócios, algo que não é recorrente, o lucro líquido chegou a R$ 3 milhões.
Para o UBS, o resultado da Nu Holding apresentou uma tendência operacional positiva, com sólida base de clientes e evolução do ARPAC, do volume de compras e da carteira de crédito acima do esperado. A receita cresceu 18% no trimestre, ao passo em que as despesas operacionais aceleraram 37% no mesmo período, aponta o Itaú BBA.
A surpresa positiva, segundo o BTG, foi o avanço de 593% na comparação com o 4T20 no número de empréstimos pessoais. Em relação ao 3T21, o crescimento do crédito foi de 54%. A qualidade dos ativos também parece estar sob controle até agora, apesar das provisões para perdas com empréstimos acima do esperado, comenta o BTG.
O Itaú BBA, por outro lado, aponta que as despesas de provisão para crédito ruim aumentaram bem acima da carteira de empréstimos, dada a política de provisão de “perda esperada” do banco.
O índice de inadimplência subiu 10 bps no trimestre, enquanto o índice de inadimplência antecipado, que vence entre 15 e 90 dias, avançou 30 bps. Ainda assim, o UBS destaca que esses dois indicadores permanecem abaixo do sistema financeiro brasileiro.
Para 2022, o UBS estima que a base de clientes do Nubank suba para 62,9 milhões, com ARPAC mensal de US$ 5,6 milhões, empréstimos totais de US$ 8,6 bilhões, custo de risco de 10% e lucro ajustado de US$ 38 milhões.
O número de clientes no México chegou a 1,4 milhões no 4T21, um avanço anual de 1.243%. Isso significa que o Nubank já pode ter se tornado o maior emissor de novos cartões no país, segundo o BTG. Na Colômbia, após 15 meses do seu lançamento, o banco alcançou 114 mil clientes.
Assim, o BTG Pactual e o Itaú BBA permanecem cautelosos sobre as ações da Nu Holding, enquanto o UBS está mais otimista e recomenda a compra dos ativos, com preço-alvo de US$ 12,50.
O Itaú BBA classifica a ação como underperform e acredita que o preço máximo da ação para os próximos 12 meses seja de US$ 12,24. Por fim, o BTG indica venda dos BDRs, com preço-alvo de R$ 7,90