O Nubank (NYSE:NU) (SA:NUBR33), fundado em 2013 em São Paulo como uma fintech, estreou, na manhã desta quinta-feira (9), no maior mercado acionário do mundo, com o início da listagem de suas ações na Bolsa de Nova York, que abriu às 11h30 (horário de Brasília). Ontem, o papel foi precificado a US$ 9, o que fez o banco digital ser avaliado em US$ 41,4 bilhões, o mais valioso da América Latina, um marco na história dos unicórnios made in Brazil.
Ontem (8), a fachada da Nyse (New York Stock Exchange) já foi iluminada com a projeção de luz roxa, a cor do cartão do Nubank, também chamado de “roxinho” por seus admiradores.
“Let the games begin” (que comecem os jogos) foi a legenda que Cristina Junqueira, sócia do Nubank, escreveu ao postar, em sua conta no Instagram, as imagens do prédio da Nyse iluminado de roxo apresentado a marca do banco, anunciando a conclusão de sua oferta inicial de ações (IPO), que teve o Morgan Stanley (NYSE:MS) como coordenador líder. Ele pode se tornar uma rara mulher bilionária nascida no Brasil devido à sua participação acionária na instituição.
Amanhã (10), a partir das 11h30, os fundadores do Nubank, David Vélez e Junqueira, farão um pronunciamento virtual à imprensa. Em seu blog, o Nubank informou, nesta manhã, que vai ganhar milhões de acionistas com a abertura de capital na Bolsa. “Aproximadamente 815 mil pessoas decidiram investir em BDRs do Nu, tornando este um dos maiores IPOs do mundo em número de investidores.
No Brasil, é o maior IPO em investidores de varejo. E aproximadamente 7,5 milhões de pessoas aceitaram um BDR sem custos pelo NuSócios, um programa de educação financeira com potencial de incluir milhões de brasileiros na Bolsa durante os próximos 12 meses”.
O banco digital esclareceu ainda que as pessoas que reservaram BDRs e receberam a confirmação da compra já podem ver seus BDRs do Nubank dentro do aplicativo. “O início da negociação dos BDRs na B3 (SA:B3SA3) vai acontecer ao longo do dia 9, de forma coordenada com o início de negociação das ações na Bolsa de Nova York. Nesse momento, também será possível ver a cotação dos BDRs do Nu”, informou.
Análises
Para Rodrigo Lima, analista de investimentos da plataforma Stake, as empresas brasileiras que realizaram seu IPO nos EUA em 2021 estão de alguma forma ligadas ao setor financeiro ou de tecnologia, quando não são fintechs, unindo ambos os setores.
“Muitas companhias desses setores optam por realizar sua abertura de capital no exterior por não encontrarem pares no mercado local aos quais poderiam ser comparados, então preferem abrir seu capital no exterior para buscar um valuation mais próximo do que considerariam justo, realizando comparações diretas com competidores ou com pares internacionais”, observou o especialista.
Apesar de todos os esforços para incluir investidores via B3, existe, segundo ele, uma maneira muito mais prática dos investidores brasileiros acessarem às ações do Nubank: investir diretamente no exterior. Ele explica que neste tipo de investimento, é possível contar com toda a liquidez que apenas o maior mercado de ações do planeta pode oferecer, sem a preocupação com taxas de instituições depositárias ou com um número limitado de ativos financeiros à disposição. “Além disso, é possível investir em todos os setores, tais como empresas da Europa ou Ásia, também negociadas nos EUA. Além disso, há o incentivo tributário: caso realize movimentações abaixo de R$ 35.000 no mês, não há a incidência de imposto de renda sobre os lucros”.
Apesar da diversidade de escolha que o BDR permite, a variedade que a bolsa americana contempla é 10 vezes maior, segundo Lima. “Além disso, boa parte dos BDRs negociados na nossa bolsa de valores sofrem com baixa liquidez, fazendo com que o investidor tenha dificuldade para entrar ou sair de uma posição, podendo sofrer grandes prejuízos no processo. Resumidamente, essa seria a melhor forma de acessar o Nubank na Nyse”, analisa.