Investing.com - Para o Itaú Unibanco (SA:ITUB4), o Banco Central deve manter a taxa Selic inalterada na reunião que acontece na próxima semana. Na visão dos analistas da instituição, apesar das pressões sobre a taxa de câmbio, até o momento os movimentos não se traduziram em riscos significativos sobre a inflação.
A expectativa é que os diretores optem por seguir sem sinalizar quais serão os próximos passos da política monetária e, assim, garantir mais flexibilidade de ação em um cenário recheado de incertezas. No entanto, é possível, segundo o Itaú, que o BC opte por aumentar a ênfase na necessidade da agenda de reformas do país no último Copom antes das eleições.
O banco destaca que, em particular, as expectativas de inflação para 2018 e para os próximos anos permaneceram relativamente estáveis desde o último Copom, sem sinais de desancoragem em horizontes mais longos.
Outro ponto da análise aponta que a atuação do BC no mercado cambial é uma política distinta da monetária. Com isso, a autoridade deixa que não há relação mecânica entre a política monetária e os choques recentes.
O Itaú lembra ainda que o IPCA recuou de 4,5% na última reunião para 4,2%, após a queda registrada em agosto. A inflação de bens industriais voltou a cair e se situa em 1,6% na comparação com o mesmo mês do ano anterior (contra 1,8% no último Copom), enquanto o núcleo de serviços segue em patamar baixo (2,9% em agosto, 3,0% anteriormente).
Mesmo assim, os analistas acreditam que o balanço de riscos para a inflação sofreu alguma deterioração. Eles explicam que mesmo que a fraqueza na atividade doméstica e a elevada capacidade ociosa na economia permaneçam como pano de fundo, na margem o quadro de pressões inflacionárias se deteriorou tanto por fatores externos quanto domésticos.
Do lado doméstico, a maior incerteza quanto às perspectivas de ajustes nas contas públicas vem pressionando a taxa de câmbio e, ainda que não tenha afetado as expectativas mais longas de inflação, já resulta em algum aumento das expectativas para os próximos 12 meses, que subiram de 3,7% no último Copom para 3,9%.