Investidores devem acompanhar ambiente político e noticiário internacional (O Financista/Renzo Fedri)
SÃO PAULO – A menos que surpreenda, o pregão desta quinta-feira (2) deve ser menos agitado do que os últimos. Caso não surja nada muito bombástico do ambiente político, os investidores devem operar em meio à volatilidade à espera do relatório de emprego dos Estados Unidos, também conhecido como payroll, que sairá na sexta-feira (3).
A expectativa com o índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) de serviços e industrial da China, que será publicado às 22h45 na quinta-feira pela Markit Economics, também deve fazer com que os investidores trabalhem em compasso de espera.
Segundo Raphael Figueiredo, analista da Clear Corretora, “os desdobramentos do noticiário político doméstico estarão no foco de atenção dos agentes”. Ele completou que o exterior também merece atenção especial no penúltimo pregão da semana.
Também deve ser acompanhada pelos agentes locais a decisão do relator do processo que investiga o presidente afastado da Casa, Eduardo Cunha (PMDB), no Conselho de Ética da Câmara, o deputado Marcos Rogério (DEM), que apresentou parecer no qual pediu a cassação do mandato do peemedebista.
“Como o pedido de vista foi concedido e a votação ficará para semana que vem, o parecer não deve fazer preço no índice doméstico”, diz Figueiredo.
Na agenda doméstica, o destaque fica para a produção industrial, que sairá às 9h. Do exterior, vale acompanhar a decisão de política monetária do BCE (Banco Central Europeu), às 8h45.
Além disso, os investidores ficarão de olho no relatório da processadora de folhas de pagamento ADP, que mostrará as contratações no setor privados dos Estados Unidos, às 9h15 - uma prévia do relatório de emprego dos EUA.
Fechamento de mercado
A Bovespa fechou em alta nesta quarta-feira (1), amparada principalmente nas ações do Bradesco (SA:BBDC4) e Itaú Unibanco (SA:ITUB4), com a melhora externa e a relativa trégua no noticiário político abrindo espaço para uma recuperação após três pregões seguidos de perdas.
O Ibovespa subiu 1,12%, a 49.012 pontos. O volume financeiro somou R$ 5,7 bilhões, novamente abaixo da média diária de 2016, de R$ 7 bilhões.
O dólar fechou em queda e voltou abaixo de R$ 3,60, em meio à recuperação do bom humor nos mercados externos e com operadores citando fluxos corporativos de venda de divisas no Brasil.
Investidores continuaram cautelosos em relação ao cenário político brasileiro, porém, em meio a escândalos envolvendo figuras importantes do governo.
O dólar recuou 0,68%, a R$ 3,5879 na venda, após marcar em maio a maior alta mensal em oito meses. A moeda norte-americana chegou a cair a R$ 3,5859 na mínima e subir a R$ 3,6365 na máxima da sessão.
(Com Reuters)