Pregão é de volatilidade na Bolsa de Valores de São Paulo (O Financista / Renzo Fedri)
SÃO PAULO - A volatilidade impera no pregão desta terça-feira (14) na Bolsa de Valores de São Paulo. De um lado, a possível saída do Reino Unido da União Europeia provoca aversão ao risco no mercado internacional. Do outro, notícias na esfera política inspiram certa confiança quanto ao avanço de medidas de ajuste das contas públicas no Congresso.
A decisão do The Sun, jornal britânico mais vendido, de apoiar a saída do Reino Unido da União Europeia intensifica a aversão ao risco nos mercados, um dia antes da reunião do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano). Bolsas e commodities recuam com investidores migrando para títulos dos governos dos Estados Unidos e da Alemanha.
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Sob intensa procura, o juro do título alemão de dez anos atingiu patamar abaixo de zero pela primeira vez na história. Isso quer dizer que investidores estariam dispostos a pagar ao governo para manter os papéis públicos em carteira. Em direção oposta, as cotações do petróleo recuam, com o barril vendido por menos de US$ 50, e o preço do minério de ferro caiu 4,4%, cotado a US$ 50,57 a tonelada.
Cenário interno
Em meio à tensão externa, investidores receberam bem a notícia de que o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Teori Zavascki remeteu as investigações envolvendo o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao juiz federal Sérgio Moro.
A avaliação era de que o acirramento das investigações tende a diminuir a influência de Lula tanto no Congresso Nacional quanto no eleitorado, mesmo após Zavascki declarar nula gravação de telefonema entre ele e a presidente afastada Dilma Rousseff.
Além disso, o prazo mais longo para o teto nos gastos públicos tende a contribuir para o ajuste das contas públicas. Reportagem de O Estado de S. Paulo diz que o texto da proposta de emenda à Constituição encaminhado pelo Ministério da Fazenda ao presidente interino Michel Temer prevê a fixação de um teto para os gastos públicos por 20 anos.
A medida deve ser encaminhada ao Congresso “possivelmente” na quarta-feira (15), segundo o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, que, em cerimônia de posse de Ilan Goldfajn, novo presidente do Banco Central, endossou o esforço fiscal também no combate à inflação. Tudo dependerá, acrescentou, de o Congresso aprovar o programa fiscal do governo Temer.
Cotações
Neste momento, por volta de 11h40, prevalece o pessimismo. O Ibovespa se desvalorizava em 0,84%, aos 49.239 pontos.
Entre as ações mais líquidas, Petrobras (SA:PETR4) operava estável, a R$ 8,62, Vale (VALE5 (SA:VALE5)) caía 0,49%, a R$ 12,06, e Itaú (SA:ITUB4) subia 0,17%, a R$ 29,06.
No mercado câmbio, após três altas, o dólar à vista recuava 0,43%, cotado a R$ 3,4708.