Por Marta Nogueira e Rodrigo Viga Gaier
RIO DE JANEIRO (Reuters) - A Petrobras (SA:PETR4) deverá superar em 2019 a meta de produção de 2,7 milhões de barris de óleo equivalente ao dia (boe/d), após a empresa registrar recordes em novembro, afirmou nesta quarta-feira o diretor de Exploração e Produção, Carlos Alberto Pereira de Oliveira.
Em entrevista a jornalistas, o executivo afirmou que a extração deverá fechar o ano com média diária próxima ao teto do intervalo do objetivo, que varia de 2,5% para cima ou para baixo.
Em novembro, a produção de petróleo e gás da Petrobras atingiu um recorde de 3,1 milhões de boe/d, marcando também uma máxima diária de 3,2 milhões de boe/d no mês, ressaltou o Oliveira.
Para o ano que vem, a empresa informou em seu plano de negócios expectativa de produção de 2,7 milhões de boe/d, em linha com este ano.
A produção no próximo ano só não será maior por paradas para manutenção, que normalmente ocorrem.
Deverão ocorrer paradas em 20 a 30 plataformas, mais concentradas no primeiro semestre, o que é um volume "normal", conforme explicou o exectivo.
"Elas param a cada seis meses mesmo. Maior parte no primeiro semestre de 2020", afirmou Oliveira, ao participar de café da manhã de fim de ano com a imprensa, na sede da companhia, no Rio de Janeiro.
"A gente vai fazer uma parada geral em Búzios para verificar confiabilidade, integridade, maior eficiência e vamos checar toda segurança. Em Búzios será a primeira revisão", afirmou.
O campo de Búzios, no pré-sal da Bacia de Santos, é atualmente considerado o mais importante ativo da Petrobras, e irá receber quase 25% dos investimentos previstos no plano de negócios da companhia até 2024.
Oliveira afirmou que a empresa planeja 12 plataformas para o campo de Búzios e que, quando todas estiverem em operação, a área terá uma capacidade de produção instalada de cerca de 2 milhões de petróleo por dia (bpd).
Os planos, no entanto, ainda serão discutidos com os novos sócios em Búzios, as chinesas CNODC e CNOOC, além da estatal PPSA, que representa o governo nos modelos de Partilha de produção.
"Vai ter um bocado de produção aí. O ativo é muito importante, é um ativo de classe mundial, com alta economicidade e faz todo sentido estratégico para Petrobras e econômico", afirmou.
Com quatro plataformas já em produção, Búzios já é o segundo maior produtor de petróleo e gás do Brasil, perdendo apenas para o gigante campo de Lula, também na Bacia de Santos, segundo dado de outubro da reguladora ANP.
Outras duas plataformas já estão previstas no horizonte do atual plano de negócios, em 2022 e 2024. Segundo o executivo, as últimas sete plataformas previstas para Búzios terão ao menos capacidade de produção de 180 mil bpd cada, uma elevação ante as demais, que têm 150 mil bpd cada.
Questionado sobre se haveria um trabalho de prevenção a riscos diferenciado envolvendo Búzios, uma vez que a empresa estará fortemente exposta ao ativo, diante dos grandes investimentos previstos, Oliveira detalhou diversas atividades e defendeu que a companhia está preparada.
"A questão da segurança é essencial. A gente não vê nenhum impacto sobre a nossa forma de atuar na segurança porque a gente tem um ativo desse tamanho. É um ativo enorme... vamos trabalhar da mesma forma", completou o executivo.