Investing.com - Enquanto o varejo brasileiro se tornou um ambiente difícil para players estrangeiros nos últimos anos, a Shein, uma das maiores varejistas de moda do mundo, segue avançando no país. No entanto, o BTG (BVMF:BPAC11) aponta que os produtos são 1% mais caros no Brasil do que nos EUA, por exemplo. Por isso, a empresa “explora algumas brechas fiscais para manter preços competitivos”, pondera.
Em relatório divulgado aos clientes e ao mercado, o banco BTG avalia que estratégia da Shein de elevar o abastecimento local no mercado brasileiro significa que a companhia deve diversificar sua matriz de produção, além de melhorar os níveis de serviço e expandir o engajamento e tráfego orgânico em sua plataforma, que já é considerado alto, diante de maior duração da visita e páginas por visita do que pares. “Mas esses movimentos também significam que Shein competirá nas mesmas condições que produtores/varejistas locais (o que pode levar a preços mais altos) e enfrentam desafios para aumentar a capacidade de produção local (um grande gargalo para pares globais de sucesso como a Zara)”, argumenta o banco.
A Shein anunciou que pretende iniciar fabricação local no Brasil, visando o abastecimento para suas vendas de 80% de seus produtos com origem brasileira, além da importação dos 20% restantes da China. Ainda, a Shein deve investir US$150 milhões e gerar 100 mil empregos nos próximos três anos.
O BTG estima que a Shein tenha alcançado R$7 bilhões em GMV no ano passado somente no Brasil, com vendas globais que somaram US$30 bilhões no período. Ainda que a Shein não seja tão robusta quanto Amazon (NASDAQ:AMZN) ou o Walmart (NYSE:WMT), está perto de ser um dos 10 principais varejistas on-line nos Estados Unidos, diante de uma estratégia reforçada em mídias digitais. “Além disso, a Shein está evoluindo de um varejista de moda rápida, de entrega lenta e preço baixo para um híbrido varejista/mercado de categoria ampla”, avaliam os analistas Luiz Guanais e Gabriel Disselli.