Investing.com -- Em uma nota de pesquisa divulgada na segunda-feira, analistas do Bank of America (NYSE:BAC) destacaram quatro temas macroeconômicos chave que estão criando riscos para o posicionamento de mercado: China, cortes de juros do Fed, tendências econômicas e realização de prejuízos fiscais.
A seguir, uma análise de cada tema e seu possível impacto nos mercados.
China: Cautela em meio à alta
Apesar da recente alta nas ações chinesas, muitos investidores ainda duvidam de sua sustentabilidade. Os estrategistas do BofA acreditam que há espaço para uma possível reavaliação das ações chinesas.
No entanto, observam que os fundos mútuos dos EUA não estão posicionados para uma alta prolongada. Entre as 50 ações do S&P 500 mais sensíveis ao índice MSCI China, o BofA indica que apenas 13 estão acima da média nos fundos agregados. Isso sugere que os investidores estão mais preparados para uma "falsa alta" do que para uma valorização prolongada das ações expostas à China, segundo o banco.
Cortes de juros do Fed: Desatenção ao rendimento de dividendos
Com o Federal Reserve previsto para reduzir as taxas de juros em cerca de 2 pontos percentuais, o BofA prevê que os aposentados possam migrar seu capital de fundos de mercado monetário para ações com maior rendimento de dividendos.
Entretanto, explicam que grandes operadores (LOs) têm priorizado cada vez mais ações de crescimento de longo prazo (LTG) em detrimento das ações com altos dividendos.
Essa mudança fica evidente na baixa histórica do rendimento agregado de dividendos das carteiras de fundos em comparação com o S&P 500. O BofA também aponta que até mesmo os investidores de varejo têm preferido ações de tecnologia e crescimento, com quatro das cinco ações mais populares em contas da Merrill sendo do setor de tecnologia.
Postura defensiva apesar do otimismo econômico
Embora os economistas do BofA tenham revisado suas previsões de crescimento do PIB e lucros para cima até 2025, tanto os fundos de longo prazo (LO) quanto os hedge funds (HF) permanecem cautelosos.
Segundo o banco, mesmo com o Fed iniciando um ciclo de flexibilização, os fundos continuam a se proteger contra uma possível desaceleração econômica.
O BofA argumenta que este ambiente "duplamente estimulativo" pode beneficiar ações cíclicas em detrimento das defensivas, com as ações de valor possivelmente liderando o caminho à medida que os lucros melhoram.
Realização de prejuízos fiscais: Prepare-se para o "outubro vermelho"
De acordo com o BofA, outubro pode ver uma maior realização de prejuízos fiscais, uma estratégia popular desde a Lei de Reforma Tributária de 1986.
Eles explicam que, historicamente, ações que caíram 10% ou mais até o final de setembro tiveram um desempenho inferior ao S&P 500 em outubro por 85 pontos-base. O BofA acredita que essas tendências podem criar obstáculos para certas ações antes de uma possível recuperação em novembro.