Por Aditya Kalra e Munsif Vengattil e Dawn Chmielewski
NOVA DÉLHI/LOS ANGELES (Reuters) - O principal conglomerado da Índia, Reliance Industries, e a Walt Disney (NYSE:DIS) anunciaram nesta quarta-feira a fusão de seus ativos de televisão e streaming no país, criando um gigante do entretenimento de 8,5 bilhões de dólares, valor bem acima dos rivais.
A Reliance, liderada pelo homem mais rico da Ásia, Mukesh Ambani, injetará 1,4 bilhão de dólares na entidade resultante da fusão, com a empresa e suas afiliadas detendo uma participação de mais de 63%. A Disney deterá cerca de 37%, informaram as empresas em um comunicado conjunto.
Para a Disney, a fusão segue sua longa luta para conter o êxodo de usuários de seu negócio de streaming na Índia e a pressão financeira causada por bilhões de dólares em pagamentos de direitos de transmissão de campeonatos de críquete indiano, em outro exemplo de como as empresas estrangeiras podem ter dificuldades para crescer no país.
A fusão avalia o negócio da Índia da gigante norte-americana do entretenimento em apenas cerca de um quarto da avaliação de 15 bilhões de dólares de quando a Disney o adquiriu como parte de seu acordo com a Fox em 2019, disseram fontes.
As empresas disseram que a transação avalia o empreendimento resultante da fusão em cerca de 8,5 bilhões de dólares. Elas não explicaram como chegaram a essa avaliação.
Juntas, a entidade resultante da fusão Reliance-Disney terá 120 canais de TV e duas plataformas de streaming, ajudando Ambani a ofuscar rivais como Sony (NYSE:SONY), Zee Entertainment e Netflix (NASDAQ:NFLX) no setor de mídia e entretenimento de 28 bilhões de dólares do país.
A Reliance disse que Nita Ambani, esposa de Ambani, presidirá o conselho da entidade combinada, e o ex-executivo da Disney Uday Shankar atuará como vice-presidente.
"A JV será uma das principais plataformas de TV e streaming digital para entretenimento e conteúdo esportivo na Índia, reunindo ativos de mídia icônicos em entretenimento", disseram as empresas em um comunicado conjunto.
O acordo ocorre em um momento em que a Disney está enfrentando pressão global para simplificar seus negócios. Bob Iger retornou como presidente-executivo da Disney em novembro de 2022, menos de um ano depois de se aposentar, e desde então tem reestruturado a empresa para tornar os negócios mais econômicos.