Por Marwa Rashad e Emily Chow
LONDRES/CINGAPURA (Reuters) - A demanda global por gás natural liquefeito (GNL) deverá aumentar em mais de 50% até 2040, à medida que a China e os países do sul e sudeste da Ásia usam o combustível para apoiar seu crescimento econômico, disse a Shell (NYSE:SHEL) em um relatório anual na quarta-feira.
O comércio global de GNL aumentou 1,8%, para 404 milhões de toneladas em 2023, disse a Shell, a maior comercializadora de GNL do mundo, em sua perspectiva anual de GNL para 2024.
A petroleira também disse que os preços e a volatilidade dos preços estavam acima das médias históricas, restringindo o crescimento econômico, e que o mercado ainda estava "estruturalmente correto" devido à redução dos suprimentos russos para a Europa após a guerra na Ucrânia e ao crescimento limitado da oferta.
Embora a demanda por gás natural tenha atingido o pico em algumas regiões, ela continua a crescer globalmente e deve atingir cerca de 625 a 685 milhões de toneladas por ano em 2040, de acordo com as últimas estimativas do setor, segundo o relatório.
O relatório afirma que a China, que em 2023 ultrapassou o Japão e recuperou o status de maior importador de GNL do mundo, continuará a impulsionar a demanda global do gás.
"É provável que a China domine o crescimento da demanda de GNL nesta década, à medida que sua indústria busca reduzir as emissões de carbono mudando do carvão para o gás", disse Steve Hill, vice-presidente executivo da Shell Energy.
"Com o setor de aço baseado em carvão da China sendo responsável por mais emissões do que o total de emissões do Reino Unido, Alemanha e Turquia juntos, o gás tem um papel essencial a desempenhar no combate a uma das maiores fontes mundiais de emissões de carbono e poluição atmosférica local", acrescentou.
Espera-se que as importações de GNL da China em 2024 aumentem para quase 80 milhões de toneladas, de cerca de 70 milhões de toneladas em 2023, de acordo com as previsões do ICIS e da Rystad, superando o recorde de 78,79 milhões de toneladas de 2021.
Na década seguinte, o declínio da produção doméstica de gás em partes do sul da Ásia e do Sudeste Asiático pode gerar um aumento na demanda por GNL, já que essas economias precisam de combustível para usinas elétricas movidas a gás ou para a indústria.
(Reportagem de Marwa Rashad em Londres e Emily Chow em Cingapura)