Por Luciano Costa
SÃO PAULO (Reuters) - Representantes de sindicatos de trabalhadores da Eletrobras (SA:ELET6) pediram nesta sexta-feira ao ministro de Minas e Energia, almirante Bento Albuquerque, que o governo considere uma proposta alternativa para os planos de capitalização da companhia, pela qual a elétrica continuaria estatal.
O diretor do sindicato dos eletricitários do Rio de Janeiro, Emanuel Mendes Torres, que esteve no encontro, disse à Reuters que o grupo defendeu que a União mantenha ao menos mais da metade das ações ordinárias, para ter o controle da companhia.
"A gente foi colocar nosso ponto de vista para o ministro. Não somos totalmente contra a capitalização, mas entendemos que é possível fazer uma capitalização da Eletrobras sem que a União perca o controle... não tem sentido você privatizar uma empresa que vai dar lucro", afirmou Torres.
O presidente da Eletrobras, Wilson Ferreira Jr., defende que a capitalização da companhia seja realizada por meio da emissão de novas ações em volume suficiente para reduzir a fatia do governo de forma que o controle da companhia não seja mais estatal.
O executivo tem afirmado, no entanto, que o governo ainda não tomou uma decisão final sobre o modelo, o que ele espera que aconteça até o final de março.
O ministro Bento Albuquerque já afirmou publicamente que é a favor de levar adiante a capitalização, mas afirmou que ainda não tem uma opinião formada sobre o modelo da operação.
Nesta sexta-feira, no encontro com o Coletivo Nacional dos Eletricitários (CNE), o ministro teria repetido essa afirmação, segundo Torres.
"Ele disse que estava recebendo várias sugestões, de vários setores, do empresariado, de todos setores da sociedade, inclusive dos trabalhadores, e que a partir dali ele vai tomar uma posição", afirmou.
O sindicalista disse ainda que a proposta de que o controle da Eletrobras siga estatal também será levada pelo CNE a deputados federais e senadores, uma vez que a privatização da estatal precisará ser aprovada pelo Congresso caso o governo decida seguir o atual modelo, herdado da administração Temer.
A Eletrobras é a maior elétrica do Brasil, com controle sobre cerca de um terço da capacidade de geração e metade das linhas de transmissão do país .
(Por Luciano Costa)