Por Zachary Goelman
(Reuters) - Os futuros da soja em Chicago caíram nesta terça-feira, chegando a se aproximar de mínimas desde dezembro de 2021, sob pressão de um dólar mais forte, sinais positivos para a safra nos Estados Unidos e um início acelerado do plantio no Brasil.
A soja na bolsa de Chicago (CBOT) fechou em queda de 0,3%, a 12,7275 dólares por bushel. Os futuros chegaram a ser negociados a 12,5675 dólares, mínima de três meses e 0,25 centavos acima da mínima atingida em 15 de dezembro de 2021.
A queda nos preços da soja coincidiu com o aumento do dólar, que atingiu uma máxima de três meses em relação ao real.
"Isso está afetando nossa capacidade de nos mantermos competitivos nos mercados, visto que vemos a América do Sul plantando sua nova safra neste momento", disse Mike Zuzolo, presidente da Global Commodity Analytics em Atchison, Kansas.
Os preços da soja já estavam sob pressão devido a um relatório na segunda-feira que indicou que agricultores no maior produtor mundial de soja, o Brasil, estavam plantando sua nova safra no ritmo mais acelerado já registrado para o período.
Os futuros do trigo em Chicago subiram quase 0,7%, a 5,6850 dólares por bushel, ampliando os ganhos de segunda-feira com o efeito de "compra na baixa", depois que os preços recuaram 6%, atingindo o menor valor em três anos na sexta-feira.
Os preços do trigo nos EUA têm sido pressionados recentemente pela abundância de suprimentos russos e por um relatório que apontou uma colheita maior do que o esperado no país.
Os preços baixos parecem ter atraído uma rara compra chinesa de 220.000 toneladas de trigo vermelho macio de inverno dos EUA, de acordo com o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA, na sigla em inglês), a primeira vez que a China compra essa classe específica de trigo dos EUA desde julho de 2021.
Os futuros de milho da CBOT caíram 1,25 centavos, a 4,8750 dólares por bushel, encontrando suporte acima da média móvel de 40 dias do contrato.
(Reportagem de Zachary Goelman em Nova York)