Por Ana Julia Mezzadri
Investing.com - Depois de divulgar resultado operacional melhor do que o previsto pelo mercado, com forte queda no prejuízo do terceiro trimestre, as ações da Suzano (SA:SUZB3) operavam em alta no pregão da manhã desta sexta-feira (30), apesar de queda no Ibovespa.
A companhia teve prejuízo líquido de R$ 1,16 bilhão de julho a setembro, ante R$ 3,46 bilhões de prejuízo um ano antes e R$ 2 bilhões no segundo trimestre. O Ebitda, por sua vez, cresceu 58% ano a ano, a R$ 3,78 bilhões, contra expectativa de prejuízo de R$ 1,015 bilhão e Ebitda de R$ 3,21 bilhões do mercado, segundo a Refinitiv.
As ações SUZB3 tinham alta de 3,8%, negociadas a R$ 52,10, por volta das 11h55. Até o momento, os papéis tiveram R$ 50,21 como mínima e R$ 52,97 como máxima no dia, com volume de negociação de R$ 298,21 milhões. O Ibovespa, por sua vez, registrava perdas de 1,7%, aos 94.951 pontos.
Para a Mirae Asset, que recomenda Compra para as ações, com preço-alvo de R$ 54,40, a expectativa é de recuperação nos próximos trimestres com a perspectiva de aumento no preço da celulose. A corretora destaca que o real desvalorizado é benéfico para a companhia.
Balanço
Como vem ocorrendo nos últimos trimestres, o resultado financeiro negativo pesou na última linha do balanço, refletindo efeitos cambiais sobre a dívida em moeda estrangeira da companhia. No terceiro trimestre, a linha mostrou despesa de 4,2 bilhões de reais ante 6,5 bilhões no mesmo período de 2019.
A companhia conseguiu reduzir alavancagem em relação ao segundo trimestre, passando de 5,6 para 5,1 vezes em reais e de 4,7 para 4,4 vezes e dólares.
O desempenho ocorreu mesmo com a Suzano tendo queda de 1% nas vendas de celulose do trimestre sobre um ano antes, enquanto a produção saltou 21%, ajudando a reduzir o custo-caixa, que foi 8% menor que um ano antes, a 600 reais por tonelada.
Já o preço médio de 454 dólares por tonelada foi 14% menor do que um ano antes, apesar da companhia afirmar que houve "um melhor balanço dos fundamentos de mercado" no trimestre, causado por redução da oferta de produtores integrados.
Porém, como o real desvalorizou ante o dólar, o preço médio em reais da tonelada da celulose da Suzano subiu 17%, para 2.441 reais. Com isso, a receita de celulose da companhia cresceu 16% na comparação anual, para 6,17 bilhões de reais.
--Com participação da Reuters