SÃO PAULO (Reuters) - A Terra Santa Agro, uma das grandes companhias produtoras de grãos do Brasil, reportou nesta quinta-feira uma exposição relativamente baixa a preços de soja na safra atual, tendo travado negócios para mais de 90% da produção esperada com base na bolsa de Chicago.
Em apresentação sobre os resultados, a empresa disse que tem apenas 5,8% da oleaginosa da safra 2019/20 exposta aos preços do mercado futuro, algo visto como positivo em momento de volatilidade nos mercados em função dos temores relacionados ao coronavírus.
A soja da safra 2019/20 está sendo colhida.
A empresa afirmou ainda que a sua exposição aos preços do milho, cujo plantio da segunda safra está perto de ser finalizado em Mato Grosso, é de 20% para a temporada de 2019/20, o que significa fixação de vendas de 80%, enquanto a exposição no algodão é de 36%.
A companhia, que travou todos os custos com fertilizantes, defensivos e sementes para o ciclo atual, disse ainda que sua posição a deixa com expectativa de boa lucratividade para o milho, considerando os padrões históricos. Para a soja, a estimativa é neutra enquanto para o algodão, um pouco pior.
Para a próxima safra (2020/21), a companhia tem exposição a preços de soja ante Chicago de 56,2%; 28% para milho; e 83% para algodão na bolsa de Nova York.
A companhia informou na véspera que teve prejuízo de 72,6 milhões de reais no quarto trimestre de 2019, contra um lucro líquido de 10,8 milhões no mesmo período do ano anterior, com o resultado sendo impactado por margens mais apertadas de algodão e milho, diante do aumento do custo de produção das culturas que, por sua vez, foram majoritariamente afetadas pela taxa de câmbio; hedge accounting em função da reciclagem do saldo da variação cambial das dívidas; e impairment de ativos e tributos.
Esses fatores também pesaram nos resultados de 2019 completo, no qual a empresa teve prejuízo líquido 134,7 milhões de reais, contra lucro líquido de 42,3 milhões em 2018.
(Por Roberto Samora)