Por Michael Elkins
O Deutsche Bank reiterou sua recomendação de compra e o preço-alvo de US$ 250,00 para a Tesla (BVMF:TSLA34)(NASDAQ:TSLA), após a fabricante de veículos elétricos realizar uma “ousada ofensiva” para cortar preços e se qualificar a um crédito tributário de US$ 7.500, no âmbito da lei de redução da inflação nos EUA. No entanto, a magnitude sem precedentes e a abrangência global dos cortes também refletem claramente a pressão sobre a demanda. Os preços na América do Norte e na Europa foram rebaixados em 6-20% dependendo do modelo.
Os analistas escreveram, em nota, que “a reação inicial do mercado foi encarar isso como um oneroso movimento reativo que sem dúvida colocará uma pressão considerável sobre as margens brutas e os resultados da Tesla. No entanto, acreditamos que se trata de um movimento ofensivo ousado, que garante um crescimento de volume para a Tesla, colocando em dificuldade seus concorrentes, além de evidenciar seu considerável poder de precificação e superioridade de custo. Esse pode ser o corte definitivo, ajudando a redefinir as estimativas da Tesla para 2023 a um nível em que qualquer risco adicional seria positivo, permitindo que os investidores se concentrem novamente na grande oportunidade de longo prazo e na plataforma da próxima geração, que será apresentada no CMD da Tesla em 1º de março.”
O Deutsche Bank calcula que os últimos cortes de preços da Tesla apenas nos EUA poderiam custar à empresa cerca de US$ 7 bilhões em lucro, o que poderia impactar a margem em 700 pontos-base e o LPA em US$ 1,70. Os novos cortes implicam uma redução de ASP de cerca de 15% no agregado em toda a empresa em 2023 vs. 2022. Os analistas avaliam que essa redução de ASP pode pressionar a margem bruta dos veículos em 2023 em ~ 300 pontos-base em relação a 2022 e deixar o LPA de 2023 em torno de ~ $ 3,80. Mas os cortes de preços também podem permitir uma considerável compensação positiva da margem a partir de volumes maiores e melhores taxas de aquisição. Se o volume da Tesla crescer 50% em 2023, o LPA pode alcançar US$ 4,15 contra US$ 3,95 estimados para 2022; com um crescimento de volume de 60%, o lucro por ação pode chegar a US$ 4,50. Também é importante ressaltar que cada aumento de 5% na taxa de aquisição global pode aumentar as margens brutas em 70-80 pontos-base, elevando o LPA em US$ 0,20-0,25 adicionais.
Os papéis da TSLA fecharam o pregão de sexta-feira com uma queda de 0,94%.