Por Julia Payne
LONDRES (Reuters) - A trading global de commodities Trafigura registrou seu menor lucro líquido anual em quase uma década após uma série de perdas em seu portfólio de ativos físicos ter minado um resultado recorde nas operações de negociação de petróleo.
O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) subiu em 24%, para um recorde de 2,13 bilhões de dólares em 2019, ante 1,7 bilhão de dólares em 2018. O ano financeiro da empresa fecha em 30 de setembro.
"A divisão de trading em particular teve um ano espetacular. Na verdade, seu melhor ano. Isso refletiu-se amplamente no petróleo, que teve alta de 64% em sua lucratividade bruta", disse o presidente da companhia, Jeremy Weir, em vídeo que acompanhou o balanço.
A empresa com sede em Genebra teve um lucro bruto de 3 bilhões de dólares sem 2019, ante 2,4 bilhões no ano anterior. O lucro liquido caiu para 867,8 milhões de dólares, o menor desde 2010, de 872,8 milhões de dólares em 2018.
Dois negócios significativos para embarques-- com a Fronline e a Scorpio Tankers-- geraram 201 milhões de dólares em dinheiro para a companhia, mas não foram suficientes para compensar 315 milhões de dólares em impairments, baixas contábeis e perdas.
As perdas foram em ativos físicos da Trafigura-- a fundidora de zinco e mineradora belga Nyrstar, o braço de comercialização de combustível Puma Energy e o terminal brasileiro de minério de ferro Porto Sudeste.
A empresa reduziu o valor de sua fatia de 49% na Puma em 200 milhões de dólares, para 1,75 bilhão de dólares, devido a perdas no negócio de combustíveis no varejo na Austrália, que está à venda.
No Porto Sudeste, apesar de um lucro de 71 milhões de dólares, a empresa registrou uma perda de valor justo de 121 milhões de dólares nos títulos que apóiam o investimento.