GENEBRA (Reuters) - Um tribunal da Suíça julgou nesta quarta-feira um homem suíço-brasileiro como culpado de cumplicidade em esquemas de propina e lavagem de dinheiro, o que marca a primeira condenação relacionada a investigações sobre a Petrobras (SA:PETR4) no país.
A corte disse que o caso está ligado a pagamentos de mais de 35 milhões de dólares a funcionários da Petrobras, realizados entre 2007 e 2014 por meio de intermediários na Suíça e no Brasil. O tribunal não especificou em nome de quem os pagamentos foram feitos.
"O juiz declara Bernardo Schiller Freiburghaus culpado de cumplicidade em subornos a agentes estrangeiros, de lavagem de dinheiro agravada na Suíça e no Brasil e de lavagem de dinheiro comum na Suíça e em Portugal", apontou a decisão.
Ele recebeu uma sentença de 16 meses de custódia com condicional e uma multa de 1,6 milhão de francos suíços (1,64 milhão de dólares), além de ser condenado a pagar pelos custos do processo, de acordo com a decisão.
"Meu cliente está contente por ter virado a página e por retomar uma vida normal", disse o advogado de Freiburghaus, Christian Luscher, acrescentando que a sentença era esperada e que não haverá recurso.
Procuradores federais suíços acusaram o homem --que possui dupla nacionalidade (suíça e brasileira)-- em outubro, em meio a investigações sobre a Petrobras e a empreiteira Odebrecht, e buscaram uma rápida conclusão para o processo.
O caso Petrobras-Odebrecht já levou a cerca de 60 procedimentos criminais na Suíça, enquanto mais de 130 empresários e políticos foram condenados no Brasil.
A Procuradoria-Geral da Suíça congelou ativos avaliados em mais de 620 milhões de francos suíços no país, tendo retornado cerca de 390 milhões de fracos suíços às autoridades brasileiras.
(Por Michael Shields e Emma Farge)