Investing.com – O bitcoin atingiu novos recordes históricos, com investidores apostando em possíveis mudanças de política sob o presidente eleito Donald Trump, que demonstrou entusiasmo pelos criptoativos.
Desde 4 de novembro, o bitcoin acumulou alta superior a 30%, sustentado por promessas de campanha de Trump, incluindo a criação de uma reserva estratégica de bitcoin e a entrada de legisladores pró-cripto no novo Congresso.
Apesar do otimismo, estrategistas do UBS alertam que as criptomoedas continuam sendo uma aposta especulativa, em vez de um elemento central para portfólios de investimento.
Riscos associados a criptomoedas
O UBS expressa ceticismo quanto à capacidade das criptomoedas de se tornarem soluções transformadoras no mundo real. Além disso, destacam que adicionar criptoativos às carteiras pode elevar consideravelmente a volatilidade.
Analisando o desempenho do bitcoin, os estrategistas apontam uma correlação positiva de 0,31 com ações globais, acompanhada de uma volatilidade anualizada de 78,8%. Isso indica que o bitcoin frequentemente se move em sincronia com os mercados acionários, mas com oscilações muito mais acentuadas.
Desde 2014, o bitcoin sofreu três quedas superiores a 70%, com períodos de recuperação em média de três anos, segundo o UBS.
Perspectivas otimistas para ações globais
Os estrategistas liderados por Mark Haefele afirmam que preferem manter uma visão favorável sobre ações globais e americanas, destacando que o contexto macroeconômico continua favorável para a alta nos mercados acionários.
Eles atribuem esse otimismo ao crescimento robusto da economia dos EUA, que sustenta lucros corporativos elevados. Dados recentes reforçam essa visão, como o PMI não industrial de outubro, que alcançou seu maior nível desde julho de 2022, e o PIB do terceiro trimestre, que cresceu 2,8%, impulsionado pelo consumo.
Projeções apontam crescimento de 11% nos lucros do S&P 500 neste ano e de 8% em 2025, refletindo condições econômicas sólidas.
Federal Reserve e expectativa para taxas de juros
O Federal Reserve permanece em trajetória de flexibilização, com dois cortes de juros realizados neste ano. O UBS prevê uma nova redução de 25 pontos-base em dezembro e mais 100 pontos-base em 2025.
Historicamente, cortes de juros em períodos sem recessão têm sido positivos para ações, observa o banco.
Inteligência artificial e setores promissores
O setor de inteligência artificial (IA) continua sendo um motor crucial para o crescimento das ações, mesmo com possíveis impactos de controles de exportação e tarifas tecnológicas dos EUA.
Os estrategistas destacam que o compromisso das Big Techs com investimentos em IA permanece forte, levando à revisão positiva de suas projeções de crescimento de lucros no setor: 22% para 2024 e 18% para 2025.
“Investidores de longo prazo devem aproveitar possíveis volatilidades no setor tecnológico para aumentar sua exposição à IA,” afirma Haefele e sua equipe.
Além do setor de tecnologia, o UBS destaca preferência por utilidades e financeiros. Globalmente, vêem potencial em ações de mercados asiáticos (ex-Japão) e identificam oportunidades em small e mid-caps da zona do euro.