Por Dawn Chmielewski e Sheila Dang
(Reuters) - Usuários da rede social TikTok não poderão mais criar vídeos utilizando músicas de Taylor Swift, Jon Batiste, Boygenius e outros artistas da Universal Music Group (AS:UMG) como trilha sonora, uma vez que as negociações entre as duas empresas não evoluíram. O acesso do TikTok à extensa lista de artistas da Universal terminou na quarta-feira, depois de meses de negociações não terem resultado em um acordo com a maior empresa musical do mundo. O TikTok começou a “mutar” pequenos vídeos com canções dos artistas da gravadora. A disputa contratual foi realçada pelo momento: executivos da indústria musical e artistas se reúnem em Los Angeles, no domingo, para a cerimônia de entrega do prêmio Grammy. “Nossos acordos com o TikTok expiraram, por causa da recusa do TikTok de pagar apropriadamente os artistas e compositores, protegendo os artistas humanos dos efeitos negativos da IA, e de consertar problemas de segurança para os usuários do TikTok”, afirmou um porta-voz da Universal, em comunicado distribuído nesta quinta-feira. A gravadora está pedindo à rede social que pague a seus artistas uma taxa proporcional à que outras plataformas pagam. Até agora, isso representa apenas 1% da receita total, embora a música seja parte importante da experiência dentro do aplicativo, disse a Universal Music em carta aberta publicada na terça-feira. A empresa também acusou o TikTok de permitir que a plataforma seja “inundada” com canções geradas por inteligência artificial, que dilui o pagamento de royalties para os artistas.
A gravadora afirmou ainda que se preocupa com “conteúdos problemáticos”, como imagens sexualizadas de Billie Eilish que viralizaram e foram vistas por milhões de pessoas antes de serem removidas por violação das normas da comunidade. O TikTok se negou nesta quinta-feira a comentar a decisão. Em comunicado anterior, a rede social disse que a Universal Music colocou “a ganância acima dos interesses de seus artistas e compositores”. A plataforma de vídeos disse que a gravadora está se distanciando da poderosa verve promocional de sua rede social, que tem alcance de bilhões de usuários. “O TikTok conseguiu chegar a acordos que colocam o artista em primeiro lugar com todas as outras gravadoras e publishers. Claramente, as ações egoístas da Universal não atendem aos melhores interesses dos artistas, compositores e fãs”, disse. (Reportagem de Dawn Chmielewski em Los Angeles e Sheila Dang em Austin)