Por Marta Nogueira
RIO DE JANEIRO (Reuters) - A mineradora Vale (SA:VALE3) prevê investir de 4 bilhões a 6 bilhões de dólares para reduzir emissões até 2030, em um avanço ante estimativa anterior que previa aportes de ao menos 2 bilhões de dólares, segundo apresentação publicada pela companhia nesta quinta-feira.
No entanto, no documento apresentado a analistas de mercado, a mineradora manteve as metas de redução de emissões previstas.
"O aumento dos investimentos deve-se à maior maturidade adquirida no portfólio de iniciativas de redução das emissões diretas da empresa (escopo 1), a serem implementados até 2030", disse a Vale em nota. As emissões diretas são provenientes de operações próprias.
Os novos aportes, ressaltou a companhia, serão executados ao longo dos próximos nove anos e já estão considerados no orçamento da empresa. "Oitenta por cento dos investimentos são VPL positivo, com preço interno de carbono de 50 dólares por tonelada", acrescentou a empresa.
A Vale pontuou ainda que os 2 bilhões de dólares anunciados no ano passado referem-se aos investimentos em energia renovável, como os projetos Folha Larga (eólica), na Bahia, e Sol do Cerrado (solar), em Minas Gerais. O projeto eólico já está operando desde agosto de 2020 e a planta solar encontra-se em implantação.
A mineradora avalia também a implementação de projetos para a redução de escopo 1, como o uso de correias transportadoras em alguns sites para substituir caminhões fora de estrada em longas distâncias; a eletrificação de ferrovias e caminhões; e a utilização de biocombustíveis e biomassa, provenientes de resíduos e de origem certificada, para substituir combustível fóssil.
COMPROMISSOS ASSUMIDOS
Dentre as metas da empresa, está reduzir em 33% suas emissões de carbono diretas e indiretas, denominadas de escopo 1 e 2, até 2030, em uma iniciativa que visa fazer frente ao Acordo de Paris. No escopo 2 são consideradas as emissões indiretas, de origem externa usadas no processo produtivo, como o consumo de energia elétrica.
Na apresentação, a Vale detalhou que 57% das suas emissões de escopos 1 e 2 são referentes a metalurgia e pelotização, enquanto 32% dizem respeito à mineração e logística e 11% à energia elétrica.
Já as emissões de escopo 3, relacionadas à cadeia produtiva, a companhia planeja reduzir em 15% até 2035. Nesse caso, grande parte das emissões vem da siderurgia.
Em outro compromisso, a empresa prevê atingir 100% de autoprodução de energia a partir de fontes renováveis no Brasil até 2025 e 100% do consumo de eletricidade renovável globalmente até 2030, segundo já havia informado anteriormente.
O objetivo de longo prazo da empresa é chegar à emissão líquida zero em 2050.
(Por Marta Nogueira)