Por Rodrigo Viga Gaier
SÃO PAULO (Reuters) - A venda de uma fatia da participação do BNDES na JBS (SA:JBSS3) faz parte de um movimento de reciclagem da carteira do banco, que vai dar continuidade ao processo de desinvestimento de ativos e aplicar os recursos em serviços que possam melhorar a vida da população, disse nesta sexta-feira um executivo do banco à Reuters.
Na véspera, o BNDES vendeu uma posição significativa na JBS, maior produtora global de proteína animal. A operação envolveu 70 milhões de ações, o equivalente a 12% da participação do banco na empresa.
Cada ação foi negociada a 38,01 reais e o negócio totalizou cerca de 2,6 bilhões de reais.
"Foi uma operação tocada que faz parte da nossa gestão de reciclagem de capital e entendemos como um processo normal, e com muita agilidade o banco encontrou uma janela para exercer sua inteligência de mercado", disse o diretor de Participações, Mercado de Capitais e Crédito Indireto do BNDES, Bruno Laskowsky.
"Em termos de mercado foi uma operação fantástica. Em relação ao que foi o fechamento do dia, a gente foi bem. Achamos que foi adequado o tamanho, com a taxa de retorno que a gente queria", adicionou ele.
Segundo o executivo, investir em ativos de ESG e serviços agrega mais valor do que nas operações tradicionais. "A gente acredita mesmo na sustentabilidade", afirmou Laskowsky.
Ele acrescentou que o BNDES segue acompanhando o mercado para futuras novas operações de desinvestimento.
"A gente não tem call e segue olhando. Se tiver que parar a gente para... a gente não tem pressão para vender (participações societárias)", disse ele.
"Tudo será feito com muita parcimônia e quando a gente achar que faz sentido, da retorno e vale para reciclagem a gente vai fazer. Não tem pressão, não tem meta, nem call de mercado."
Esse ano o BNDES já vendeu importantes posições em Vale (SA:VALE3), Klabin (SA:KLBN11) e outras participações que ajudaram a alavancar o lucro do banco.
De acordo com o executivo, desde 2019 o BNDES já vendeu cerca de 80 bilhões de reais.