SÃO PAULO (Reuters) - As vendas de veículos novos no Brasil em julho tombaram 14 por cento em julho sobre um ano antes, para o menor nível desde 2009 e pressionadas pelo segmento de carros, segundo dados divulgados nesta sexta-feira pela associação de concessionários, Fenabrave.
O setor apurou licenciamentos de 294.787 carros, comerciais leves, caminhões e ônibus em julho, saldo 11,8 por cento maior que o registrado em junho, mês com período menor de vendas e marcado por um número maior de feriados municipais causados pela Copa do Mundo.
"Apesar dos últimos meses terem apresentado queda nas vendas, o mês de julho foi positivo para todos os segmentos, inclusive para os setores de automóveis e comerciais leves, pois tivemos 22 dias úteis contra 18 dias no mês anterior", afirmou presidente da Fenabrave, Flavio Meneghetti, se referindo às comparações mensais de vendas.
Os dados confirmaram números divulgados mais cedo pela Reuters, em que fonte do setor havia informado número de emplacamentos de 294,79 mil unidades em julho.
Com isso, no acumulado de janeiro a julho, os emplacamentos de veículos no Brasil têm queda de 8,6 por cento, a cerca de 1,958 milhão de unidades, segundo a Fenabrave.
O governo federal decidiu no final de junho adiar para o final do ano o aumento do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) que incide sobre a venda de veículos, como forma de tentar evitar uma queda maior dos licenciamentos e recuo maior da produção.
A associação de montadoras Anfavea, informou no mês passado que a produção de veículos do Brasil no primeiro semestre caiu 17 por cento sobre o mesmo período de 2013, afetada também por recuo nas exportações.
Segundo a Fenabrave, o segmento de automóveis novos sofreu queda anual de 16,8 por cento em julho, comerciais leves -segmento que inclui vans de entrega, utilitários esportivos e picapes- recuaram 2,7 por cento. Já as vendas de caminhões despencaram 18 por cento sobre julho de 2013 enquanto o segmento de ônibus viu tombo de 21 por cento.
A Fiat encerrou julho com vendas de 58.783 automóveis e comerciais leves, uma participação no segmento de 21,01 por cento. A montadora italiana foi seguida pela norte-americana General Motors, com licenciamentos de 50.197 unidades e fatia de 17,94 por cento.
A Volkswagen aparece na sequência, com vendas de 48.829 carros e comerciais leves e ficou com participação 17,45 por cento. A empresa alemã foi seguida por Ford, com emplacamentos de 25.437 carros e comerciais leves e fatia de 9,09 por cento.
A sul-coreana Hyundai aparece na quinta posição entre as maiores marcas de veículos do país em julho, com vendas de 21.476 carros e comerciais leves e participação no segmento de 7,68 por cento. A empresa foi seguida pela francesa Renault, que em julho vendeu 17.982 unidades, correspondentes a 6,43 por cento do mercado.
(Por Alberto Alerigi Jr.)