(Reuters) - O recuo na receita do banco norte-americano Wells Fargo (N:WFC) e a ausência de um sinal claro sobre quando custos relacionados a um escândalo que atingiu suas operações vão terminar tem dificultado estimativas sobre quando o índice de eficiência da instituição retornará a níveis pré-crise.
O quarto maior banco dos Estados Unidos registrou centenas de milhões de dólares em novas medidas de reparação a danos a clientes no segundo trimestre, alimentando preocupações sobre a gestão dos efeitos do escândalo relacionado a suas práticas de vendas de produtos e serviços.
O Wells Fargo já foi o banco mais valioso do mundo em valor de mercado, uma vez que investidores tinham elevadas expectativas sobre a lucratividade e potencial de crescimento da instituição.
Mas revelações sobre milhões de clientes comprando produtos que não precisavam forçou investidores a repensar o valor da ação do banco, que está atrás de rivais desde setembro de 2016.
O banco prometeu fechar 800 agências até 2020 e cortou 4.600 funcionários desde 2016, em meio a um plano de economia anual de 4 bilhões de dólares até o próximo ano.
Analistas afirmam que pode levar até 2020 para o Wells Fargo atingir um índice de eficiência de 55 a 59 por cento que o presidente-executivo, Tim Sloan, prometeu cumprir. O banco não divulga um índice abaixo de 60 por cento desde setembro de 2016.
Essa métrica, que mede o custo de cada dólar de receita, foi de 66,7 por cento no Wells Fargo no primeiro semestre deste ano. Em comparação, JPMorgan (N:JPM) teve índice de 57.6 por cento.
Analistas afirmam que pode levar mais de um ano para o banco alcançar a meta por causa das pressões do negócio e os custos do escândalo.
"Eles ainda têm que puxar muitas alavancas em termos de redução de custo dos negócios", disse Kyle Sanders, analista da Edward Jones.
(Por Imani Moise)