Era iPhone da Foxconn fica para trás com foco em servidores de IA

Publicado 18.08.2025, 13:59
Atualizado 18.08.2025, 15:50
© Reuters.

Por Wen-Yee Lee

TAIPÉ (Reuters) - A Foxconn (TW:2354), que se tornou globalmente conhecida por fabricar milhões de iPhones para a Apple (NASDAQ:AAPL), já pode dizer que seu principal clientes não é mais a gigante norte-americana diante do boom da inteligência artificial que tem ajudado a companhia de Taiwan a diversificar receita.

O faturamento da companhia gerado por servidores de IA e outros produtos de rede e computação em nuvem ultrapassou a receita de produtos inteligentes para o consumidor, como iPhones, pela primeira vez no segundo trimestre.

A forte dependência da Foxconn em relação aos smartphones tem sido vista há muito tempo por investidores como um risco significativo para a empresa, uma vez que o crescimento da demanda por novos iPhones tem enfraquecido gradualmente desde que foram lançados pela primeira vez há quase duas décadas, dizem analistas.

Ciente do risco, o presidente do conselho de administração da Foxconn, Young Liu, tem defendido novos negócios, como servidores de IA, veículos elétricos e semicondutores, desde que assumiu o cargo em 2019.

Embora a expansão da empresa para veículos elétricos e chips ainda não tenha mostrado uma contribuição significativa, o sucesso da Foxconn na fabricação de servidores de IA - a empresa é a maior fabricante de servidores da Nvidia (NASDAQ:NVDA) - é o resultado de apostas feitas antes que a tecnologia ocupasse o centro das atenções com o advento do ChatGPT no final de 2022.

Os eletrônicos de consumo foram responsáveis por 35% da receita total da Foxconn no segundo trimestre, enquanto os negócios de computação em nuvem e rede representaram 41%. Em 2021, os eletrônicos de consumo  eram 54% do faturamento da empresa.

"A empresa está no negócio há anos, atendendo a requisitos de qualidade mais altos, diversificando a montagem e as operações entre os locais e buscando a integração vertical", disse Ming-Chi Kuo, analista da TF International Securities.

A Foxconn começou a produzir designs de referência para as placas de vídeo da Nvidia por volta de 2002 e começou a fabricar servidores de uso geral para data centers de provedores de serviços de computação em nuvem já em 2009. O negócio de servidores de IA com a Nvidia é, em muitos aspectos, o ponto culminante dessa história, dizem analistas.

A Foxconn diz que agora é um dos maiores fornecedores mundiais de servidores de uso geral e de IA, com uma participação de mercado de quase 40% em cada um deles.

A companhia espera que sua receita de servidores de IA cresça mais de 170% no terceiro trimestre em relação ao ano anterior.

A mudança na Foxconn reflete uma tendência mais ampla no setor de tecnologia de Taiwan, onde as empresas antes centradas em eletrônicos de consumo - como Foxconn, Quanta Computer e Wistron Corp - agora estão investindo pesadamente em servidores de IA.

A receita da Wistron, parceira da Nvidia, de janeiro a julho, aumentou 92,7%, enquanto a da Quanta cresceu 65,6% no mesmo período.

"O salto mensal nas vendas das empresas de Taiwan no primeiro semestre de 2025 é uma evidência dessa tendência", disse Robert Cheng, chefe de pesquisa de hardware da Ásia no BofA (NYSE:BAC) Global Research, referindo-se a fabricantes de design original como a Foxconn, que contratam a fabricação de produtos para seus clientes.

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