Por Robin Emmott e Gabriela Baczynska
BRUXELAS (Reuters) - A União Europeia deve aprovar uma lei de sanções contra hackers no início do ano que vem, devem dizer na quinta-feira os líderes do bloco, e também deve buscar um compromisso da Rússia e da China para impedir ataques cibernéticos, mostraram documentos internos da UE.
Apesar de alguma relutância do governo anti-establishment da Itália, os líderes do bloco europeu vão pedir, durante reunião de cúpula na quinta-feira, um novo regime para impor sanções econômicas mais rapidamente contra hackers específicos em qualquer parte do mundo.
"O trabalho sobre a capacidade de reagir e deter ataques cibernéticos por meio de medidas restritivas da UE deve ser levado adiante", dirão os líderes do bloco, segundo uma prévia da declaração final da cúpula, usando a linguagem da União Europeia para se referir a sanções econômicas. Ainda segundo o documento preliminar, as negociações sobre o tema devem ser concluídas antes do encerramento da atual legislatura do Parlamento Europeu, em 18 abril de 2019.
Dirigindo-se ao parlamento alemão nesta quarta-feira, a chanceler Angela Merkel falou sobre a possível manipulação da eleição para o Parlamento Europeu em maio, no mais recente alerta de governos da UE de que a Rússia pode usar ataques cibernéticos e campanhas de desinformação para influenciar a votação.
A Rússia fez da guerra cibernética e eletrônica parte de suas operações militares, disseram autoridades ocidentais. O Reino Unido, Holanda e Estados Unidos também acusaram Moscou de realizar uma campanha cibernética global contra o Ocidente. A Rússia nega as acusações e classifica essas alegações como parte de uma campanha com a finalidade de consolidar Moscou como um inimigo.
Diplomatas da aliança militar ocidental, a Otan, que deve ter seu próprio comando cibernético em 2023, dizem que grupos criminosos na China e na Coreia do Norte, além de militantes islâmicos, também estão por trás de ataques contra redes ocidentais de computadores.
Os 28 líderes da UE se encontrarão com líderes asiáticos, incluindo o primeiro-ministro russo, Dmitry Medvedev, e o primeiro-ministro chinês Li Keqiang, em Bruxelas, na quinta-feira, onde se espera uma discussão sobre a segurança cibernética, com foco no combate aos hackers.
A China também nega a responsabilidade por ataques cibernéticos.
(Por Robin Emmott e Gabriela Baczynska)