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A proposta de Biden para elevar o Quênia a aliado estratégico

Publicado 08.06.2024, 11:13
© Reuters A proposta de Biden para elevar o Quênia a aliado estratégico

Em um marco para as relações entre América do Norte e África, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, declarou no final de maio que deseja que o Quênia vire um grande aliado do país. A declaração foi dada durante a visita de do presidente queniano, William Ruto, à Casa Branca.

Esta é a 1ª vez em 15 anos que o líder de um país africano é recebido em uma visita de estado em Washington D.C. Biden quer levar o Quênia ao status de importante aliado não pertencente à Otan (Organização do Tratado Atlântico Norte). A decisão marca uma aproximação em relações bilaterais.

Caso o governo queniano se torne um aliado importante norte-americano, passará a ser classificado como MNNA (Major non-NATO ally). A função não implica nos compromissos de defesa mútua característicos dos integrantes da aliança militar, mas sinaliza um alto nível de cooperação e confiança.

Para o país africano, a nova designação facilitará o acesso a tecnologias militares avançadas e fortalecerá a colaboração em segurança e defesa com os Estados Unidos. Além disso, permite que as empresas quenianas participem de licitações para reparar e manter equipamentos do Departamento de Defesa dos EUA fora do território norte-americano.

Diplomacia EUA-Quênia

Desde a independência do Quênia em 1963, o país desenvolveu uma boa relação com o governo norte-americano. A partir de 2007, as nações protagonizaram um afastamento depois de uma crise interna no governo queniano, causada pela vitória de Mwai Kibaki nas eleições presidenciais.

Na época, Ruto foi apontado como uma das lideranças no conflito. Foi acusado pelo TPI (Tribunal Penal Internacional) de crimes contra a humanidade, incluindo assassinato, deportação forçada de população e perseguição.

Com restrições impostas pelo ocidente, o país passou a se aproximar mais de governos na África. Diante de acusações de obstrução à justiça, o caso contra William Ruto e outros líderes quenianos foi anulado em 2016.

Em 2022, Ruto foi eleito presidente do Quênia pela 1ª vez. Desde então, os Estados Unidos trabalham para aprofundar a relação com o líder.

Em entrevista ao Poder360, o especialista em África Oriental, Marcelo Kanter, afirma o governo norte-americano escolheu o Quênia como aliado estratégico no continente por causa da imagem positiva do governo.

Mesmo com as acusações do TPI, líderes de países vizinhos enfrentam uma reputação pior que a de Ruto, o que desperta o interesse ocidental. “Na África Oriental, países que tem potencial para colocar-se como parceiros têm líderes considerados autoritários. Para os Estados Unidos, uma aproximação com eles seria polêmica” diz o especialista.

Parceria entre nações

Para Kanter, existem diversos motivos para a aliança ser importante para os países. Um deles está ligado à crise política no Haiti. A Casa Branca crê que o Quênia pode auxiliar na busca pela estabilização da região.

Uma intervenção militar em parceria com a nação africana pode ter mais chance de consolidar um governo haitiano e conter imigrantes em potencial na fronteira dos EUA com o México –pauta de interesse de Biden a 5 meses das eleições presidenciais.

O Quênia já participou em operações de paz em parceria com o governo norte-americano. As forças armadas auxiliaram a combater o grupo extremista al-Shabaab, ativo na Somália, país vizinho. “Os Estados Unidos buscam aliados que estejam dispostos a tais práticas, e o Quênia aceitou desempenhar esse papel”, explica Kanter.

Para o governo de Ruto, o interesse é majoritariamente econômico. Há esperança de que a legislação AGOA (African Growth and Opportunity Act), que expira em 2025, seja renovada. O pacto isenta de impostos cerca de 70% das exportações de países africanos para os Estados Unidos.

Biden também prometeu uma parceria entre o Vale do Silício e a”Silicon Savannah” no Quênia, hub tecnológico avaliado em cerca de US$ 1 bilhão. Por último, a amizade com o governo norte-americano pode contribuir com a dívida externa do país africano, principalmente com medidas para conseguir perdão de dívidas ou redução de juros.

Esta reportagem foi produzida pela estagiária de jornalismo Ana Sanches Mião sob supervisão do editor-assistente Ighor Nóbrega.

Leia mais em Poder360

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