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(Reuters) - Um manifestante de 30 anos estava participando de uma reunião contra a junta governista de Mianmar em um dia de festival na região central de Sagaing, na segunda-feira, quando ouviu o ruído característico de pás de ventilador cortando o ar.
Minutos depois, explosivos foram lançados por um parapente motorizado, também conhecido como paramotor.
"Fui jogado longe", disse o manifestante, que pediu para não ser identificado por medo de represálias da junta.
"Inicialmente, achei que toda a parte inferior do meu corpo havia sido cortada. Eu a toquei e percebi que as pernas ainda estavam lá."
Pelo menos 20 pessoas foram mortas no ataque da junta, de acordo com testemunha ocular, a Anistia Internacional, o governo paralelo de Unidade Nacional e um grupo de resistência armada na área.
Esse também é o mais recente exemplo do uso de paramotores pelos militares bem armados de Mianmar como parte de sua gama cada vez mais ampla de armamentos aéreos, incluindo aeronaves e drones, utilizados em uma guerra civil em expansão.
Um porta-voz da junta de Mianmar não respondeu às ligações pedindo comentários. As Forças Armadas já rejeitaram acusações de que têm civis como alvo.
A nação do sudeste asiático tem sido dominada por protestos e uma rebelião armada desde 2021, após a destituição pelos militares de um governo civil eleito.
O ataque no município de Chaung-U, em Sagaing, ocorreu pouco antes das 20h, horário local, na segunda-feira, quando os residentes locais se reuniam em um campo, disse a testemunha ocular e um porta-voz de um grupo local de resistência armada anti-junta.
"Os militares usaram paramotores para bombardear essa área aproximadamente seis vezes antes desse último incidente", declarou Ko Thant, um agente de informações da Força de Defesa Popular de Chaung-U Township, à Reuters.
O primeiro registro do uso pela junta de paramotores, que podem acomodar até três soldados para lançar bombas ou disparar contra alvos, foi em dezembro de 2024 e, desde então, eles têm sido utilizados mais amplamente, de acordo com o Armed Conflict Location & Event Data Project.