MOSCOU (Reuters) - A ex-jornalista de TV Yekaterina Duntsova registrou seu nome nesta quarta-feira para concorrer à eleição presidencial russa em março, quando se espera que Vladimir Putin vença com uma vitória esmagadora.
Em uma entrevista à Reuters no mês passado, Duntsova, de 40 anos, exortou pelo fim do conflito na Ucrânia e a libertação de prisioneiros políticos, incluindo o líder da oposição Alexei Navalny.
Ela submeteu documentos aos funcionários da Comissão Eleitoral Central para participar formalmente da eleição, na qual a vitória de Putin é amplamente esperada tanto por seus partidários quanto por oponentes.
Putin, de 71 anos, está no poder como presidente ou primeiro-ministro desde 1999 e está buscando outro mandato de seis anos. Com Navalny cumprindo sentenças de prisão que totalizam mais de 30 anos e outros importantes críticos do Kremlin atrás das grades ou fora do país devido ao risco de prisão, não há nenhuma figura da oposição estabelecida para desafiá-lo.
Os partidários de Navalny consideram a eleição uma farsa, dizendo que o Kremlin controla quem pode concorrer e pode facilmente manipular a votação, se necessário, com a ajuda de um sistema de votação eletrônica sem transparência. O Kremlin diz que Putin vencerá porque conta com um apoio público esmagador, com índices de pesquisa de opinião de cerca de 80%.
O próximo obstáculo de Duntsova será reunir 300.000 assinaturas de apoio à sua candidatura em toda a Rússia, com prazo até 31 de janeiro.
Putin anunciou no início deste mês que se candidataria, mas nenhum outro candidato se inscreveu formalmente até o momento. Aqueles apoiados por um partido político precisam apenas de 100.000 assinaturas.
Em sua entrevista à Reuters, Duntsova evitou usar a palavra "guerra" para descrever o conflito Rússia-Ucrânia, que Putin chama de "operação militar especial", e reconheceu que estava com medo.
"Qualquer pessoa sã que desse esse passo teria medo, mas o medo não deve vencer", disse ela.
(Reportagem da Reuters)