Por Liz Lee e Jeanny Kao
PEQUIM/TAIPÉ (Reuters) - A China pressionou Taiwan nesta sexta-feira com uma investigação comercial e aviões de guerra no Estreito de Taiwan um mês antes de a ilha realizar eleições importantes, enquanto Taipé pedia a Pequim que interrompesse suas "operações políticas".
As eleições presidenciais e parlamentares de 13 de janeiro ocorrerão enquanto a China, que considera a ilha como parte de seu próprio território, tenta forçar Taiwan a aceitar as reivindicações de soberania chinesas.
O governo de Taiwan e o Partido Democrático Progressista (PDP), que está no poder, têm afirmado repetidamente que a China está tentando interferir na votação, seja por meios militares ou pela cooptação de políticos taiuaneses, para garantir um resultado favorável a Pequim.
O Ministério do Comércio da China disse que havia determinado que Taiwan havia criado barreiras comerciais em contravenção às regras da Organização Mundial do Comércio (OMC) e a um acordo comercial assinado em 2010 com Taiwan. Essas barreiras têm tido um "impacto negativo" sobre as empresas chinesas, acrescentou.
O ministério não chegou a anunciar quaisquer contramedidas. Também não ficou claro se a investigação chegou ao fim.
O Escritório de Assuntos para Taiwan, em uma declaração separada, disse que as evidências da investigação são claras e que suas conclusões são objetivas e justas.
"Apoiamos as autoridades relevantes para que estudem e tomem as medidas correspondentes de acordo com os regulamentos com base nas conclusões finais da investigação sobre as barreiras comerciais", disse.
Separadamente, o Ministério da Defesa de Taiwan disse nesta sexta-feira que havia detectado 10 aeronaves militares chinesas operando ao redor da ilha, incluindo caças J-16 e bombardeiros H-6, realizando "patrulhas conjuntas de prontidão de combate" com navios de guerra chineses, parte do que Taiwan chama de assédio de rotina.
Em outubro, a China disse que estenderia sua investigação até 12 de janeiro, véspera das eleições de Taiwan. Na época, Taiwan denunciou o fato como interferência eleitoral.
O Escritório de Negociações Comerciais de Taiwan, em resposta ao anúncio chinês das conclusões da investigação, chamou-as de unilaterais, inconsistentes com os fatos e em violação aos mecanismos e normas da OMC.